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Investigado por fraude e sonegação, ex-jogador Roni é solto

Ele estava detido na carceragem da corporação desde sábado. O empresário é suspeito de cometer fraudes nas bilheterias dos jogos

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Roni
1 de 1 Roni - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após ser ouvido por investigadores da Polícia Civil, o ex-jogador Roniéliton Pereira Santos, 42 anos, ou Roni, foi solto na noite deste domingo (26/05/2019). Ele estava detido na carceragem da corporação desde a tarde de sábado (25/05/2019). O empresário é suspeito de cometer fraudes nas bilheterias dos jogos organizados pela sua produtora, a Roni7, assim como outras seis pessoas.

Preso na mesma operação, o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcelos, também foi liberado no início da noite deste domingo (26/05/2019). Os outros detidos foram colocados em liberdade na sequência.

A PCDF encontrou indícios de fraude em quatro disputas promovidas em 2019 na capital e em mais dois estados. Cerca de 20 jogos realizados entre 2015 e 2019 no Estádio Mané Garrincha também são investigados pela polícia. Roni é considerado o principal operador das partidas de futebol dos clubes cariocas fora do estado do Rio de Janeiro.

As prisões temporárias do ex-atacante e de mais seis investigados fazem parte da operação Episkiros deflagrada pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes Contra a Administração Pública e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Cecor).

Metrópoles apurou que alguns dos alvos da operação foram: Leandro Brito, sócio de Roni; Rogério Meireles, responsável pelo financeiro da produtora; e um colaborador identificado como Caio. O presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, também estava entre os presos. Seis pessoas foram detidas no local. Um sétimo investigado trabalhava no Estádio Mané Garrincha.

Na casa de Vasconcelos, no DF, os policiais apreenderam um revólver calibre .38. Com isso, ele também foi autuado e preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Os delegados estipularam uma fiança de R$ 10 mil, que já foi paga.

 

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Daniel Vasconcelos, presidente da Federação de Futebol do DF, também foi preso
Um dos presos tentou fugir
Delegados chegam ao estádio para efetuar as prisões
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Daniel Vasconcelos, presidente da Federação de Futebol do DF, também foi preso

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Um dos presos tentou fugir

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Delegados chegam ao estádio para efetuar as prisões

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Ex-atacante Roni

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Policiais chegam ao estádio

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Policiais civis chegam ao estádio

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Operação Episkiros da PCDF: busca e apreensão em carros dos empresários que estavam estacionados no estádio nacional

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Operação Episkiros da PCDF: busca e apreensão em carros dos empresários que estavam estacionados no estádio nacional

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Operação Episkiros da PCDF: busca e apreensão em carros dos empresários que estavam estacionados no estádio nacional

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Além das prisões, foram expedidos 19 mandados de busca e apreensão. Seis foram cumpridos em endereços do DF, dois em Luziânia (GO) e 11 em Goiânia (GO), onde quatro dos investigados moram. No Mané Garrincha, os agentes apreenderam computadores, borderôs e os ingressos da partida. Durante as buscas feitas com auxílio da Polícia Civil de Goiás, os investigadores apreenderam R$ 100 mil em espécie na sede de uma das empresas instalada na capital goiana.

“Vamos analisar todo esse material e constatar a real participação de cada investigado no esquema. Neste primeiro momento, acreditamos que, além da União e do Estado, federações regionais podem ter sido lesadas com a fraude. Uma vez que impostos como o INSS, Imposto de Renda, ISS, o aluguel do estádio e demais taxas são baseados no público e rendimento dos jogos. Números esses que podem ter sido fraudados”, explicou o delegado responsável pela investigação, Ricardo Gurgel.

Associação criminosa
Os empresários investigados comandavam toda a cadeia de organização e execução dos jogos. Além da produtora que era responsável pela organização da partida, hospedagem e transporte, eles também contavam com a participação da empresa de venda de tickets on-line, a Meu Bilhete. A firma está em nome de Leandro Brito, sócio de Roni. “Nos jogos realizados em Brasília, eles levavam as próprias catracas. Tinham o controle de todos os números, o que facilita a fraude”, ressaltou Gurgel.

De acordo com o delegado Leonardo de Castro, durante a investigação, um narrador que acompanhava a partida entre Corinthians e Ferroviário, em Londrina (PR), chegou a comentar ao vivo que o número do público anunciado no telão era incoerente com a realidade. “O dado passado pelos organizadores correspondia a apenas um terço da lotação do estádio e o local estava lotado”, disse.

Outra forma de fraude adotada pelo grupo era a distribuição de cortesias para os eventos. Eles apontavam um alto número e subtraíam esse valor da renda bruta. Dessa forma, os suspeitos conseguiam pagar menos no aluguel dos estádios e reduzir os impostos. A PCDF também apura se os empresários lavaram o dinheiro adquirido com a fraude.

Episkiros
A investigação teve início em 2017, após uma denúncia recebida pelo Ministério Público. O inquérito foi prontamente instaurado pela Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dicot), que pertence à Cecor. Segundo a PCDF, a investigação aponta indícios de ocorrência dos crimes de estelionato majorado, associação criminosa, falsidade ideológica e sonegação fiscal.

O nome da operação — Episkiros — é uma referência ao jogo com bola criado na Grécia antiga que pode ter sido a origem do futebol moderno, bem como pelo fato de a palavra episkiro poder significar jogo enganoso.

Mercado milionário
A Roni7 Consultoria foi fundada em 2012. O ex-atacante, e agora empresário, costuma lucrar milhões com as partidas. Em 2016, Roni foi o responsável pela produção de cinco dos oito jogos das quatro grande equipes cariocas. As partidas movimentaram R$ 7 milhões. No ano anterior, ele desembolsou R$ 1 milhão para oferecer um voo fretado e tentar convencer a diretoria do Cruzeiro a tirar o jogo da primeira rodada do Campeonato Brasileiro de Brasília.

Inicialmente, a empresa era voltada para agenciar jovens jogadores, mas o contato com os grandes clubes fez com que Roni expandisse os negócios. A produtora passou a pagar as cotas dos clubes, as taxas das federações e gastos com viagens, seguranças e funcionários envolvidos nos jogos.

Roni se destacou em vários clubes, como o Fluminense e o Rubin Kazan da Rússia. Atuou em cinco partidas pela seleção do Brasil de Vanderlei Luxemburgo, inclusive a vice-campeã na Copa das Confederações do México/1999.

Procurada, a Federação de Futebol do Distrito Federal ainda não se manifestou, bem como a assessoria de Roni e do site Meu Bilhete. O espaço continua aberto para eventuais posicionamentos.

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