Investigações mudam tipificação de crimes e feminicídios crescem no DF
Secretaria de Segurança Pública do DF atualizou o número de feminicídios registrados neste ano após avanço de investigações policiais
atualizado
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A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) atualizou o número de casos de feminicídio registrados neste ano. Após o avanço de investigações da Polícia Civil do DF (PCDF), são contabilizados 5 ocorrências do crime, sendo que uma delas ainda está sob análise.
Érica Maria de Jesus, de 27 anos, foi assassinada a tiros na noite do dia 5 de fevereiro, na Quadra 20 do Paranoá. Segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o autor dos disparos fugiu após cometer o crime, mas foi alcançado e preso instantes depois.
Inicialmente, o caso era tratado como um possível acerto de contas. No entanto, as investigações da 6ª DP (Paranoá) apontam para a possibilidade de feminicídio, já que o autor do crime era cunhado da vítima. A PCDF ainda apura a possível motivação.
Milena Rodrigues Silva, de 26 anos, estava desaparecida desde o dia 21 de janeiro após sair de casa para ir em uma feira. No dia 6 de fevereiro, o corpo de uma mulher em avançado estado de decomposição foi localizado em uma região de mata em Santa Maria. Um exame de DNA confirmou que tratava-se da jovem desaparecida. Desde então, a PCDF investiga o caso como feminicídio.
Até o momento, de acordo com o portal de monitoramento de feminicídios no Distrito Federal, quatro feminicídios ocorreram em janeiro e um em fevereiro. Além disso, pelo menos três deles foram motivados por ciúmes. Todas as vítimas de feminicídio em 2024 eram mães.
Outros casos de feminicídio em 2024
Nas primeiras semanas de 2024, o Distrito Federal registrou três casos de feminicídio. Uma delas foi Antônia Maria da Silva. Ela foi morta nesta quarta-feira (17/1), na quitinete onde morava com o filho, de 3 anos, e o companheiro, Francisco Farias da Silva, 46 anos, suspeito de cometer o crime. A vítima recebeu ao menos duas facadas: uma no pescoço e outra no peito. O acusado tentou tirar a própria vida, com uma facada no peito, mas foi socorrido e levado, em estado grave, para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).
O filho do casal, uma criança de 3 anos, presenciou toda a cena. Assustado, o menino se escondeu no guarda-roupa no momento em que o pai esfaqueava a mãe até a morte.
Francisco cumpria pena em regime domiciliar e tem diversas passagens na polícia, incluindo tentativa de homicídio e violência doméstica contra outra mulher.
Além da proximidade das datas, as mortes chamam atenção pela brutalidade. Em 10 de janeiro, Tainara Kellen Mesquita da Silva foi assassinada com pelo menos seis tiros também na frente da própria filha, de 5 anos. O crime ocorreu no Setor Leste do Gama, próximo ao salão onde a vítima trabalhava.
O autor do feminicídio é o ex-marido, Wesly Denny da Silva Melo, 29. O homem tem 11 passagens pela polícia e é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Um amigo dele contou que o suspeito guardava em casa um rifle e quatro pistolas. Ele foi preso.
No dia 15 de janeiro, Diana Faria Lima foi morta aos 37 anos, após ter a traqueia esmagada pelo próprio companheiro.
O suspeito de cometer o crime, identificado como Kelsen Oliveira Macedo, 42 anos, agrediu a mulher com diversos socos. Após ela ficar desacordada, o suspeito chamou os bombeiros, que questionaram o que havia ocorrido. Ele disse aos militares que a mulher teria caído no banheiro. Confrontado, ele fugiu.
O Metrópoles apurou que o homem possui diversas passagens pela polícia. Diana registrou 11 boletins de ocorrência contra o companheiro pelos crimes de injúria, ameaça e lesão corporal, todos no âmbito da Lei Maria da Penha. Kelsen se apresentou à Polícia Civil do DF no mesmo dia e teve a prisão preventiva decretada.