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Investigação aponta que PCC faz batismo na Espanha, Itália e EUA

Mulher conhecida como “Elektra” era responsável por organizar a entrada dos faccionados no Distrito Federal e no Exterior

atualizado

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Operação Guardiã 61 contra o PCC
1 de 1 Operação Guardiã 61 contra o PCC - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC) em terras estrangeiras tem ganhado fôlego nos últimos anos. Enraizada em presídios estaduais do Brasil há cerca de 26 anos, a maior organização criminosa do país está presente na América do Sul e na Europa.

Investigação conduzida pela Divisão de Repressão as facções Criminosas (Difac) encontrou provas de que estrangeiros foram batizados pela facção na Espanha, Itália e nos Estados Unidos. As evidências foram encontradas no âmbito da Operação Hydra — deflagrada pela unidade especializada da PCDF — em setembro de 2018.

Uma das criminosas presas na ação foi localizada, à época, na cidade de Praia Grande, município no litoral de São Paulo, considerado um dos redutos das lideranças da facção.

Suliane Abitalibe Arantes é conhecida pelos apelidos de “Intocável”, “Elektra”, “Assombrada”, “Mariane” ou “Kitana”. Ela era responsável por organizar o batismo dos faccionados no Distrito Federal e no Exterior.

Arquivo
Suliane foi presa pela Polícia Civil do Distrito Federal

A PCDF identificou a mulher por meio de cadernos encaminhados pelo Sistema Penitenciário do Estado de Goiás, nos quais consta o cadastro dos dados de batismo — a entrada de candidatos na facção.

Segundo as diligências, Suliane tinha ativa participação na “sintonia” da célula no DF, desenvolvendo a função dentro da própria residência, mediante computadores e celulares. Os objetos foram apreendidos por policiais civis.

Alta periculosidade

Aos delegados, a mulher confessou a participação no PCC e deu detalhes de como funciona o crime organizado. Suliane é considerada de alta periculosidade e um dos principais nomes do grupo na capital federal.

Em denúncia feita pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), a acusada aparece como “verdadeiro pen drive de backup” da organização. Segundo o documento, ela “compilava, conferia e arquivava informações acerca do tráfico de drogas coordenado e levado a efeito pela facção”.

O PCC incumbia Suliane de registrar cadastros dos integrantes que recebiam entorpecentes da “família” e fazer planilhas sobre a contabilidade do tráfico. Tudo por meio das guias de depósitos eletrônicos encaminhadas pelo “Setor do Progresso nos Estados e Países”.

“Através de arquivos localizados nos referidos eletrônicos foi possível verificar, ainda, a expansão transnacional do PCC, obtendo-se os registros de batismos de diversos integrantes fora do Brasil, em países como Estados Unidos da América, Espanha e Itália”, pontua o MPDFT.

Veja trecho:

Reprodução/Editoria de Arte/Metrópoles

 

Sintonia

O responsável pela inserção da criminosa no PCC é Wanderson Nilton Paula Lima, o Andinho, considerado um dos integrantes mais violentos e perigosos da facção.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, Andinho é apontado como um dos líderes da Sintonia Geral do Interior, parte da hierarquia da facção logo abaixo da Sintonia Final — a cúpula — e que administra a organização no interior.

A ficha criminal de Andinho soma mais de 600 anos de pena de condenações por sequestros, homicídios e roubos no estado. Ele também foi denunciado por envolvimento na morte do prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, em 2001, mas a denúncia acabou rejeitada.

Operação Guardiã 61

Na última terça-feira (07/01/2020), com a Operação Guardiã 61, diligência da Polícia Civil do DF descobriu a existência de “casa de apoio” mantida por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Distrito Federal.

O imóvel era alugado e servia de base para guardar drogas, armas e receber os novos faccionados de outros estados. Investigadores da Difac identificaram a presença de três advogados do DF na facção.

Dois deles foram alvo de mandados de busca e apreensão. Na casa de um advogado, os policiais encontraram documentos chamados de “cara-crachá”, folhas de inscrições contendo informações pessoais dos integrantes do grupo.

 

Os investigadores também realizaram uma série de pesquisa e sondagens de imóveis no Lago Sul, Lago Norte e Jardim Botânico para montar as “casas de apoio”, segundo o delegado-chefe da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), Leonardo de Castro.

A polícia localizou o contrato de uma casa em Taguatinga alugada por um dos advogados. O imóvel ficou ocupado pela facção por quatro meses no ano passado. “A vinda da cúpula para o DF fortaleceu e deixou os faccionados mais organizados em Brasília”, ressaltou o delegado-chefe da Difac, Guilherme Sousa Melo.

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Imagens da operação contra o PCC
A suspensão do SVG em fevereiro foi uma estratégia que os policiais civis adotaram para pressionar o GDF a atender às principais demandas da categoria
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