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Investigação aponta que bingo clandestino é controlado por 3 PMs do DF

Apurações conduzidas pela Polícia Civil identificaram que a jogatina chegaria a movimentar até R$ 100 mil em dias de grande público

atualizado

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jogadores no bingo
1 de 1 jogadores no bingo - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O bingo clandestino alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em dezembro ano passado, no Paranoá, voltou a operar. Conhecida como Rota Certa, a casa de jogo recebia apostadores normalmente na noite de quinta-feira (25/2). O local foi mapeado pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), que identificou policiais militares da reserva e da ativa envolvidos com o esquema criminoso. De acordo com as investigações, a jogatina chegaria a movimentar até R$ 100 mil em dias de grande público.

Um segundo-sargento da reserva e pelo menos dois policiais militares da ativa figuram nas apurações como principais organizadores da jogatina. O ex-praça da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) seria um dos cabeças da contravenção. Além do trio, a PCDF suspeita de que há outros integrantes envolvidos – como os responsáveis pela segurança do local e escolta do transporte de valores.

O bingo, atualmente, recebe apenas dinheiro vivo dos apostadores. Até bebidas e comidas servidas pelo bar são pagas em espécie. Máquinas de crédito e débito foram abolidas após a operação da PCDF que fechou o local.

As investigações indicaram que os responsáveis pela segurança do estabelecimento se revezam durante o intervalo dos jogos entre vigiar o espaço e anunciar o sorteio das bolas inseridas no globo. Outros fazem o atendimento no balcão do bar e também recebem o dinheiro dos apostadores, além de realizar o cadastro das cartelas. A participação de policiais no comando da jogatina evitaria a presença de viaturas e abordagens no local que atrapalhassem a atividade contraventora.

Veja como funciona o lugar: 

Grandes premiações

No decorrer das diligências feitas pela PCDF, até 500 pessoas foram flagradas jogando debaixo de tendas sustentadas por estruturas metálicas. O local conta ainda com um salão central coberto por um telhado de amianto e um bar de apoio que serve os jogadores durante as rodas.

Os investigadores identificaram que os valores das premiações variavam entre R$ 2,5 mil e R$ 4,8 mil. Os vencedores recebiam a bolada logo após a conferência das cartelas.

As apurações ainda apontaram que não existe como garantir a lisura do processo de sorteio dos números, principalmente após informações levantadas de que em algumas partidas o ganhador costuma ser previamente definido. Apesar do ambiente simples – as marcações nas cartelas são feitas com grãos de milho –, o volume de dinheiro captado pelos donos da casa de jogo impressiona.

Denúncias anônimas dão conta de que pelo menos uma figura política do sexo masculino, com reduto eleitoral na região do Paranoá, possui ligação com a contravenção – a pessoa embolsaria parcela do faturamento para garantir “tranquilidade e apoio político” à atividade criminosa. Apesar de não ter letreiro que indique o estabelecimento ou qualquer meio de propaganda com informação sobre o local, o bingo Rota Certa é conhecido por todas as pessoas que moram ou circulam com frequência pelo Paranoá.

Veja fotos do local:

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Cartela Fechada

Na noite de 18 de dezembro do ano passado, cerca de 70 policiais civis foram escalados para fechar o bingo clandestino. A Operação Cartela Fechada flagrou pelo menos 200 jogadores quando as equipes da PCDF chegaram ao local.

Foram apreendidos cerca de R$ 8 mil em dinheiro, cartelas, globo, televisões, carros – todos os instrumentos utilizados na prática criminosa.

Ao todo, 13 pessoas foram conduzidas à 6ª DP e autuadas pelos delitos de jogo de azar e infração de medida sanitária preventiva contra a pandemia de Covid-19.

A reportagem entrou em contato com a PMDF e aguarda posicionamento da corporação.

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