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Escultura de Exú amanhece com lona e amarrada na Praça dos Orixás

Ato de intolerância religiosa ocorreu durante montagem do Réveillon da Praça dos Orixás. Exú foi coberto com lona plástica

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Intolerância religiosa: imagem de Exú é tapada na Praça dos Orixás
1 de 1 Intolerância religiosa: imagem de Exú é tapada na Praça dos Orixás - Foto: Divulgação

A escultura de Exú na Praça dos Orixás em Brasília foi coberta e amarrada com uma lona plástica, tapando a imagem sagrada. O caso ocorre dias antes da celebração do Réveillon da Praça dos Orixás, evento tradicional de religiões de matrizes africanas.

“Respeitar qualquer território comum, com o devido cuidado e zelo, tanto por parte da comunidade, quanto do governo, é uma determinação de nossa Constituição. Essa ação é, portanto, desrespeito à lei”, disse Mãe Baiana de Oyá, representante de entidades que preservam o espaço.

Ela explica ainda que Exú, apesar de ser associado por preconceituosos como uma figura “do demônio”, simboliza “o caminho, a esperança, prosperidade, comunicação entre o céu e a Terra”. “É ele que faz essa comunicação a favor de nós, seres humanos. Precisamos de Exú. É o mensageiro do orixá, é o mensageiro do próprio Deus. Então, temos um respeito muito grande por essa figura, esse espírito.”

A Praça dos Orixás é alvo constante de ataques de intolerância nos últimos anos. Em agosto de 2021, em um dos casos mais recentes, a estátua de Ogum foi queimada. O local já foi alvo de incêndios criminosos outras vezes.

Também no ano passado, em novembro, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu informações ao Governo do Distrito Federal (GDF) sobre as providências tomadas para combater o vandalismo na praça. O espaço tem estátuas com símbolos de religiões de matriz africana.

No ano novo, religiosos celebram a passagem com comemorações tradicionais na Praça dos Orixás. O evento deste ano está sob responsabilidade da instituição denominada Missão Hoje, que atua na promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico.

“Enxame de abelhas”

Apesar das denúncias de possível intolerância religiosa, a Federação de Umbanda e Candomblé e a Secretaria de Cultura enviaram nota sobre o caso após a repercussão. O texto esclarece que a imagem foi tapada por conta de um enxame de abelhas no local.

“Como as abelhas estavam atacando os ativistas e visitantes praticantes de religiões de matriz africana, os bombeiros foram acionados, tiraram as abelhas e elas retornam à estátua. Para segurança do público presente nas festividades do réveillon, optou-se por cobrir a estátua temporariamente e retirá-la do local, enquanto durasse a festa. É importante ressaltar que essa ação foi coordenada com o representante da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira , a pedido dele, para que os festejos afro-brasileiros pudessem ser preservados. Assim que passarem as festividades, a estátua será devolvida ao local”, divulgou a pasta de Cultura.

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