Internado há quase 50 dias, menino picado por escorpião toma 1º banho de sol

Internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Brasília, em Águas Claras, o pequeno Thomas Caitano, 2 anos, tomou neste domingo (19/2) de Carnaval o primeiro banho de sol desde que foi picado por um escorpião.

Apesar de apresentar melhora, e ter sido retirado dos sedativos, o menino continua internado, sob cuidados intensivos. Segundo a família, o caminho para a recuperação ainda é longo. O curto passeio no domingo de Carnaval foi no colo da mãe, Adriana Caitano.

“Thomas está acordado. Não há mais sedativos nem qualquer outro motivo que o deixaria dormindo ou sonolento. Então por que não anunciamos isso com estardalhaço e festa? Porque a soma das lesões cerebrais graves com os mais de 40 dias sedado e parado na cama deixaram sequelas. Ele ainda não está como antes. Abre muito bem os olhos, que mira todos os lados. Mas não reage quando passamos a mão na frente” contou Adriana.

Segundo Adriana, Thomas não esboça tentativa de falar e não parece entender tudo o que é dito para ele. Os braços se movem, mas estão enrijecidos. E as mãos estão fechadas. Movimenta levemente as perninhas.

Choro

“O grande sinal de que está lutando para se comunicar é o choro. Faz careta forte, franze as sobrancelhas, abre o bocão. Como quando era recém-nascido e só tinha esse jeito de pedir alguma coisa”, comentou a mãe.

Na quinta-feira (16/2), o garoto fez uma cirurgia para drenar líquido do cérebro. O pequeno chorou muito. Foi preciso aumentar as doses de analgésico.

“A todos que tinham expectativa de que ele acordasse falante e sorridente, calma. Nós ainda não sabemos como, mas tudo ainda pode melhorar. Nós o amamos e o aceitamos desse jeitinho, mas vamos até Marte, se for preciso, para buscar tratamentos alternativos, pesquisas e tudo o que possa fazê-lo ter mais qualidade de vida”, afirmou Adriana.

Entenda o caso

Thomas foi picado na cabeça por um escorpião, na cama de sua casa, em 1º de janeiro de 2023. Ele foi socorrido rapidamente pelo pai, que teve o cuidado de identificar o animal peçonhento.

A informação foi crucial para procurarem uma unidade da rede pública com o soro necessário para a contenção do veneno. Na sequência, Thomas foi transferido para o Hospital Brasília, onde está até hoje. Desde então, o pequeno batalha pela recuperação.