metropoles.com

Internações em UTI dobram em 2 semanas e GDF acelera abertura de leitos

Segundo especialistas, aumento no número de pessoas internadas em UTIs e do total de contaminados é consequência da queda no isolamento

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
LImpeza e finalização da obra do hospital de campanha no estádio Mané garrincha
1 de 1 LImpeza e finalização da obra do hospital de campanha no estádio Mané garrincha - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O número de pacientes internados em unidades de tratamento intensivo (UTIs) em decorrência do novo coronavírus dobrou ao longo dos últimos 15 dias no Distrito Federal. Com o objetivo de evitar falta de tratamento para casos graves, o governo local vai acelerar a disponibilização de novos leitos.

De acordo com os boletins da Secretaria de Saúde do DF, em 4 de maio, 59 doentes estavam internados em UTIs públicas e privadas. Esse número saltou para 121 em 18 de maio, segunda-feira. Percentualmente, o aumento foi de 105%.

Em 1 de abril, apenas 30 pessoas eram mantidas em UTIs. Ou seja, houve crescimento de 303,3% de lá para cá.

Desde o início de abril, quando o isolamento social começou a afrouxar no DF, a taxa de internação de pacientes com Covid-19 nas UTIs quadruplicou.

Os números da Secretaria de Saúde mostram ainda que, em 4 de maio, o DF registrou 1.793 casos da doença. Essa quantidade pulou para 4.618 em 18 de maio. Um avanço de 157,5%. Em 1 de abril, o total de infectados era 370. Em outras palavras, a doença conseguiu avançar 1.148%.

5 imagens
Segundo especialistas, queda do isolamento social levou ao aumento de casos e internações
Desde segunda-feira (11/05), o GDF tem fiscalizado o uso de máscaras nas ruas
O distanciamento de 1,5 metro não é respeitado
O aumento de casos coloca em risco a qualidade no tratamento de pacientes
1 de 5

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 5

Segundo especialistas, queda do isolamento social levou ao aumento de casos e internações

Igo Estrela/Metrópoles
3 de 5

Desde segunda-feira (11/05), o GDF tem fiscalizado o uso de máscaras nas ruas

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 5

O distanciamento de 1,5 metro não é respeitado

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 5

O aumento de casos coloca em risco a qualidade no tratamento de pacientes

Hugo Barreto/ Metrópoles
Ocupação de leitos

Conforme a Secretaria de Saúde, até por volta das 15h de 18 de maio, aproximadamente, 47% dos enfermos em UTIs estavam em leitos da rede pública (próprios e contratados), enquanto 53% eram atendidos na rede privada.

A rede pública dispõe de 232 leitos de UTIs reservados para pessoas acometidas pela Covid-19. Segundo levantamento do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a rede particular contava com 166 leitos para pacientes com o novo coronavírus. O órgão de controle vem promovendo diversas ações de fiscalização com foco na prevenção e na proteção dos cofres públicos.

O GDF, por sua vez, tem acelerado as tratativas para aumentar o total de leitos no DF. A Secretaria de Saúde promete colocar em marcha o Hospital de Campanha do Estádio Mané Garrincha (foto em destaque) nesta quarta-feira (20/05). A partir de junho, a unidade terá UTIs.

Em parceria com a Federação do Comércio do DF (Fecomércio-DF), o governo pretende erguer outro hospital de campanha. Mais uma unidade ficará pronta em Ceilândia e, após a pandemia, será transformada em materno-infantil. 

Quebra no isolamento

Pelo diagnóstico do coordenador científico da Sociedade de Infectologia do DF, José Davi Urbaez, o número de pacientes internados em UTIs aumenta no mesmo compasso da queda de participação popular no isolamento social.

Tudo indica que teremos a multiplicação exponencial dos casos. Somos vítimas do nosso sucesso no começo da pandemia. Conseguimos um baixo nível de internações com o isolamento. Agora as pessoas pensam que a medida é um exagero

José Davi Urbaez, coordenador científico da Sociedade de Infectologia do DF

Para o especialista, a tendência da doença é avançar mais agressivamente nas regiões periféricas da cidade, como Ceilândia e Taguatinga. “Com a quebra do isolamento, a carga viral começará a aumentar. Infelizmente, vivemos uma distopia”, lamentou.

Alerta

Do ponto de vista da especialista em rede de saúde pública da Universidade de Brasília (UnB) Carla Pintas, o sistema de saúde do DF (unidades públicas e privadas) ainda não corre o risco de colapso, mas a situação é preocupante.

“Em quase 100% dos casos, o tempo de internação na UTI é muito grande. São sete, 10 dias. Se tivermos o aumento exponencial, isso vai esgotar o sistema. E vai faltar UTI. Isso é preocupante”, assinalou.

“O ideal é manter o número de internações baixo”, explicou. Menos leitos de UTI significa melhor tratamento para os pacientes e menos mortes. De acordo com Pintas, o isolamento ainda é a melhor estratégia para conter o vírus.

Mais tempo

Para a especialista, o Governo do DF (GDF) deveria aguardar um pouco mais antes de liberar a retomada de atividades, como a reabertura do comércio. Pelo menos, diz, até a contenção do número de casos.

“Não é fácil manter o isolamento. Mas veremos os reflexos daqui a duas semanas”, pontuou Carla Pintas. Além das ocorrências de coronavírus, o aumento de internações de UTI também compromete o tratamento de outros quadros graves, como AVC, câncer e traumas.

Segundo o GDF, a abertura do comércio será monitorada. Caso seja necessário, a medida poderá ser revista.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?