Instituto cria canal de WhatsApp para acolher público LGBTQIA+ do DF
Objetivo é orientar aqueles que ficaram expostos à situação de rua devido à homofobia
atualizado
Compartilhar notícia
O Instituto Tocar abriu o canal de Whatsapp Tocar&Propósito para ouvir o público LGBTQIA+ do Distrito Federal e suas respectivas sugestões. O objetivo é acolher e orientar aqueles que ficaram expostos à situação de rua devido à homofobia.
O canal está aberto para sugestões de 7 a 13 de fevereiro. As proposições apresentadas nortearão ações para atender individualmente e em grupo um total de até 100 indivíduos LGBTQIA+. Clique aqui para ter acesso.
“A ideia veio pela preocupação de alinhar as ações do instituto com a real necessidade latente do público atendido. Mas, para isso, dando voz a eles mesmos, beneficiados. Facilita que as demandas existentes sejam cuidadas a contento”, explica a presidente do Tocar, Regina Almeida.
Instituto Tocar
O Instituto realizou trabalho em caráter emergencial de proteção à população em situação de rua em 2020, junto à Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, logo após a criação do Alojamento Provisório do Autódromo, onde foram acolhidos mais 1,1 mil adultos do sexo masculino entre 18 e 72 anos.
Neste contexto, foram catalogados relatos de preconceito e abandono por pessoas que se identificaram como LGBTQIA+.
“A ideia é responder uma demanda urgente. Ficamos sensíveis ao apelo de acolhidos e várias articulações foram estabelecidas para agregar acolhimento e outros serviços”, destaca Ciro Sampaio, psicólogo e coordenador do grupo Tocar & Propósitos LGBTQIA+.”
Itamar Nunes, de 59 anos, amazonense, foi um dos beneficiados pelo Alojamento Provisório do Autódromo, onde ficou por sete meses, após passar dias na rua. Hoje, curado de um tumor no cérebro, pensa em reconstruir a vida.
“Eu fazia tratamento no Hospital de Base e voltava para o alojamento. Lá eu encontrei todo o apoio e acolhimento necessário”, conta. “Sou LGBTQIA+ e sempre sofri muito preconceito, como se não bastasse toda dificuldade da minha doença. Porém, a equipe abriu um espaço de fala para mim, tanto que me tornei um dos líderes dos alojados naquele local”, completa.