Insegurança alimentar afeta mais famílias de mães solo negras
Estudo aponta que 41% dos casos de insegurança alimentar estão em famílias com crianças de 0 a 6 anos chefiadas por mulheres negras
atualizado
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Lares com crianças de zero a seis anos chefiados por mulheres negras são os que mais sofrem de insegurança alimentar no Distrito Federal. Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (Ipedf) aponta que a prevalência é de 41,5% das casas com mães solo negras.
Na sequência, 29% da insegurança alimentar segue em lares de mães solo não negras. Os dados estão no suplemento Insegurança alimentar em domicílios com crianças na primeira infância, elaborado em novembro deste ano e divulgado esta semana.
A pesquisa usou dados de 2021 levantados na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD). Pelo estudo, 30,7% dos domicílios com crianças nesta faixa etária estão em algum tipo de insegurança alimentar, sendo 20,6% em insegurança leve, 5% em moderada e 5,1% em grave.
A prevalência é, inclusive, maior em casas com crianças na primeira infância do que na média geral do DF, que chega a 21%.
O estudo ainda mostrou que a insegurança alimentar é maior em famílias de baixa renda, com 57% da insegurança alimentar em famílias com crianças de 0 a 6 anos das classes D e E. Na classe A, o número é de 5% para a mesma faixa etária.
A pesquisa deve ser usada para embasar políticas públicas afim de garantir uma alimentação saudável. O estudo leva em consideração a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de acabar com a fome até 2030 e garantir a todos, em especial pobres e pessoas com situação vulnerável e crianças, o acesso a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano.
Insegurança alimentar
De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), há diferença entre insegurança alimentar e fome. Fome é uma sensação desconfortável ou dolorosa causada por energia insuficiente da dieta, com prevalência de desnutrição.
A insegurança alimentar é quando uma pessoa enfrenta incerteza sobre sua capacidade de obter alimentos e se vê obrigada a reduzir a quantidade ou qualidade da comida que consome. A gravidade varia de acordo com o período que as pessoas ficam sem comer, podendo ser uma refeição ou até mesmo um dia em caso extremo.
