Indígenas dizem que foram hostilizados por bolsonaristas em acampamento na Funarte
Povos acampados no local afirmam que pessoas ligadas à manifestação pró-governo se aproximam do acampamento e intimidam os índios
atualizado
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Acampados no Distrito Federal há mais de 15 dias para aguardar o julgamento sobre a tese do marco temporal, os povos indígenas reunidos no acampamento em frente à Funarte afirmam que estão sendo hostilizados por bolsonaristas que participam das manifestações pró-governo nesta terça-feira (7/9), feriado da Independência do Brasil.
O clima no local, segundo os indígenas, é tenso. Um índio que participa do movimento e preferiu não se identificar comentou que os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), estão passando pelo acampamento e hostilizando os povos com xingamentos.
Bruno Xucuru, da Juventude Indígena, disse que na noite dessa segunda-feira (6/9) um carro com bolsonaristas ficou arrodeando o acampamento indígena e gerando tensão no acampamento. Diante disso, lideranças indígenas decidiram não participar do ato desta terça-feira por questão de segurança e pelo mesmo motivo não irá ao Memorial dos Povos Indígenas.
“Por questões de segurança decidimos não vir. Pediram para eu não vir também, mas vim por conta própria”, disse.
Atos contra o governo
Movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos realizam, nesta terça-feira (7/9) – Dia da Independência do Brasil –, o Grito dos Excluídos pelo “Fora Bolsonaro”, na Torre de TV, no Eixo Monumental, a cerca de 3 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, onde bolsonaristas realizam manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Esta é a 27ª edição do ato.
O protesto conta com intervenção artística, em alusão irônica à declaração de Bolsonaro a apoiadores defendendo a compra de fuzil em detrimento do feijão: “Feijão sim, Fuzil não!”.
Militantes fazem batucada e portam bandeiras “Fora Bolsonaro” e cartazes críticos à política econômica e a falta de política sanitária do governo para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
A pauta de reinvindicação deste ano é extensa: “participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda”.
O movimento também está arrecadando alimentos para doar à Marcha das Mulheres Indígenas, que ocorre na quinta-feira (9/9).