Indicado ao Iges-DF, Gilberto Occhi promete fim de cartão corporativo
Comissão na CLDF aprovou nome de ex-ministro para o comando do instituto. Nomeação, agora, depende do plenário da Câmara Legislativa
atualizado
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Indicado para ocupar o posto de diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), o ex-ministro da Saúde e ex-presidente da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), Gilberto Occhi passou por sabatina na Câmara Legislativa. Durante os questionamentos, defendeu o fim dos cartões corporativos e manutenção, caso seja possível, de servidores no instituto.
O nome de Occhi foi aprovado na sabatina, recebendo 4 votos favoráveis e um contra.
A coluna Janela Indiscreta denunciou diversas casos de uso indevido do cartão corporativo. Segundo Gilberto, a extinção do instrumento foi tema de uma conversa com o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. “Secretário, eu acho que essa questão de ter cartão corporativo deve ser encerrada”, contou.
Na conversa, sugeriu à presidência interina o recolhimento dos cartões existentes. “Porque já surgia ali alguns desvios de uso do cartão. E isso foi feito”, assinalou. Na sequência, Occhi solicitou ao controlador interino a continuidade das apurações dos gastos realizados até o momento.
“Para que aja a responsabilização daquilo que foi desvio. As pessoas vão ter que devolver esse recurso, estando no Iges ou não. Então, nós temos que ter essa consequência”, destacou. Durante a sabatina, também destacou a necessidade de reforço na Controladoria. Atualmente, segundo o ex-ministro, a área tem apenas dois colaboradores.
Segundo Occhi, o processo de devolução de servidores de volta para a Secretaria de Saúde será conduzido com extremo cuidado. E na sabatina, o ex-ministro sinalizou a intenção de mantê-los no Iges, ou, pelo menos, com parte deles.
“Eu queria sanar esse estresse que causou de se falar em retorno de servidores que estão no Hospital de Base, nas UPAs ou em Santa Maria para a Secretaria de Saúde. Isso poderia trazer um risco enorme de desassistência da população”, afirmou.
Occhi fez uma análise da folha. Conforme o discurso do ex-ministro, o custo da folha de 6,5 mil servidores celetistas do Iges é de R$ 31 milhões, enquanto o custo da folha de 2,5 mil servidores da Secretaria da Saúde no instituto é de R$ 35 milhões.
Para Occhi, os salários dos servidores são decorrentes de incorporações e tempo de serviço, sendo direitos dos profissionais. Neste sentido, a ideia do ex-ministro é dividir as despesas destes vencimentos com a Secretaria de Saúde.
Caso as transferências tenham de ocorrer mesmo assim, Ochhi prometeu um processo lento e gradual. “Ele não será feito imediatamente”, afirmou. “Nós não faremos nenhum retorno será de forma atabalhoada, ou de forma desrespeitosa, ou de forma que venha a fazer ou a ter uma desassistência nas unidades de ponta”, reforçou.
R$ 18 milhões
Outra linha de ação será a revisão da estrutura do Iges. Apenas com a mudança no organograma da instituição, Occhi prevê uma redução dos custos do instituto em R$ 18 milhões por mês. O ex-ministro destacou que o Iges ainda não recebeu da Secretaria de Saúde os recursos da contratação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Outro compromisso de Occhi é a revisão dos contratos de aluguel do Iges. Diante dos questionamentos dos parlamentares, o ex-ministro sinalizou a intenção de colocar para funcionar o Pet-Scan. O aparelho é necessário para o tratamento de câncer e está parado há anos no instituto.
Falta de critérios
Occhi destacou que o Iges sofre com a falta de um plano de cargos e salários, o que gera um descompasso nos gastos com pessoal. “Os preços de remuneração desses profissionais estão acima do que o mercado pratica, em qualquer empresa”, alertou. Para o ex-ministro, as despesas com a realidade “ou o instituto está fadado a fechar”.
Occhi foi indicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). A sabatina foi feita pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura, presidida pela deputada distrital Arlete Sampaio (PT).
O nome de Occhi foi aprovado por Arlete, Rodrigo Delmasso (Republicanos), Cláudio Abrantes (PDT) e Jorge Vianna (Podemos). Leandro Grass (Rede) votou contra.
Agora, o nome precisa ser chancelado em votação no plenário da Câmara.