Inconformados, família e amigos enterram pai e filha mortos em colisão
Juvenal e Milena estavam em uma motocicleta e foram lançados a 50 metros, após colisão com um carro, na pista que liga a L4 à L2 Norte
atualizado
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Com flores e mensagens nas mãos, parentes e amigos participaram, neste domingo (15/4), da despedida de Juvenal Júnior Azevedo, 40 anos, e Milena Versiane Azevedo, 15. Pai e filha estavam na moto Honda/BIZ atingida pelo Fiat/Mobi conduzido por Raíssa Lippi Ribeiro, 20. Eles morreram no local do acidente, na pista que liga a L4 à L2 Norte, por volta das 18h40, dessa sexta (13). Entre 150 e 200 pessoas acompanharam o enterro, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
O clima era de consternação e inconformismo. Primo de Juvenal, Juvecil Francisco disse que, no momento do acidente, o pai tinha acabado de buscar a filha na escola e voltava para casa, no Itapoã. Segundo ele, as vítimas sempre faziam o trajeto de moto e que o parente era um condutor habilidoso e experiente.
“A gente só vai conseguir saber o que aconteceu ali se algumas câmeras tiverem filmado… se a motorista tiver alguma responsabilidade. Primeiro, queremos saber o que houve antes de pedir punição, porque quem perde a pessoa que ama é a família da vítima”, ponderou.
Vestida com o uniforme escolar da filha assinado pelos colegas da menina (foto de destaque), a mãe de Milena, Lucélia Azevedo, evitou comentar o acidente. Disse guardar com carinho as lembranças do marido e da menina: “Ele era um pai muito amoroso, organizado com as coisas e a Milena era uma jovem exemplar. Agora, somos só nós dois (ela e o filho caçula do casal, de dois anos)”.Primeira comunhão
Juvenal era gerente de almoxarifado na empresa Ágil e recebeu homenagens dos colegas de trabalho, que compareceram ao velório uniformizados. O vizinho Luciano Mota, amigo da família, disse que Milena iria fazer a primeira comunhão com o filho dele, no dia 6 de maio, em uma igreja do Paranoá.
Amigos da escola de Milena, o Centro de Ensino Médio da Asa Norte (607 Norte), compareceram em peso. Alguns pediram a palavra para comentar a falta que vão sentir da jovem e como ela era uma pessoa especial. “Em qualquer lugar que entrava, trazia alegria”, emocionou-se um colega. “Nem consigo imaginar as aulas sem escutar a voz dela”, falou outro.
A mãe de Juvenal, Noêmia Azevedo, passou mal no momento em que os caixões foram fechados e colocados no carro para serem enterrados.
O acidente
As circunstâncias do acidente estão sendo investigadas pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Segundo a Polícia Civil, uma testemunha contou ter visto a motocicleta e o carro passarem ao seu lado em “velocidade elevada”.
A pessoa, entretanto, disse não ter presenciado o momento do acidente. Afirmou que quando se aproximou do local, o fato já tinha ocorrido. De acordo com o corpo de Bombeiros, pai e filha foram lançados a mais de 50 metros. A menina não resistiu e morreu na hora. As equipes tentaram reanimar o homem, mas não conseguiram.
O teste de etilômetro realizado deu negativo e a motorista, que não ficou ferida, afirmou que não estava usando o celular na hora da colisão.
A condutora do automóvel disse à polícia, segundo a ocorrência, diz ter saído de sua residência, localizada na QI 29, no Lago Sul, com destino a uma faculdade da Asa Norte. A jovem afirmou ter sido surpreendia por uma motocicleta no mesmo sentido, que teria cruzado à frente do seu carro, visando pegar o retorno de acesso à via L4. Ela explicou que não teve tempo de reação para evitar a colisão.
Após o acidente, a condutora parou o seu veículo e permaneceu no local aguardando as providências cabíveis.
Veja o vídeo feito pelo Corpo de Bombeiros: