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“Inconformados”, diz filha de ciclista morto por motorista embriagado

O pedreiro José Rodrigues de Sousa, 63 anos, morreu após ser atropelado por condutor alcoolizado enquanto pedalava no Sol Nascente

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles/ Arquivo pessoal
Pedreiro atropelado por motorista bêbado
1 de 1 Pedreiro atropelado por motorista bêbado - Foto: Material cedido ao Metrópoles/ Arquivo pessoal

Filha de José Rodrigues de Sousa (foto de destaque), 63 anos, Valéria Oliveira de Sousa, 30, conta que a família do pedreiro – morto após ser atropelado por um motorista alcoolizado – cobra providências urgentes e “profunda investigação” para que o crime não fique esquecido. O caso é apurado pela 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).

O pedreiro voltava do trabalho de bicicleta, na noite dessa quarta-feira (5/10). Enquanto ele pedalava na altura da EQNP 11/7, na descida para o Sol Nascente, foi atingido pelo motorista de um caminhão. O atropelamento, registrado como caso de embriaguez ao volante e homicídio culposo (não intencional), aconteceu por volta das 16h30. Condutor do veículo, Eugino Moreira da Silva, 53, foi preso em flagrante.

“Meu pai estava chegando em casa, voltando do serviço. Um vizinho nosso passou pelo local [do ocorrido], reconheceu ele e veio nos avisar, para irmos até lá. Foi uma loucura. Para a família, era Deus no céu, e ele [José] na Terra. Agora, o motorista bêbado vai pagar uma fiança e ser solto. Não vai dar em nada, e meu pai não volta mais. É a família que sofre”, desabafou a filha.

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A vítima é o pedreiro José Rodrigues de Sousa, 63 anos
A bicicleta da vítima ficou com o pneu dianteiro amassado
Bicicleta da vítima, José Rodrigues
Local do acidente
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Eugino Moreira da Silva, 53 anos, conduzia caminhão que atropelou o ciclista

Imagem cedida ao Metrópoles
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A vítima é o pedreiro José Rodrigues de Sousa, 63 anos

Material cedido ao Metrópoles/ Arquivo pessoal
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A bicicleta da vítima ficou com o pneu dianteiro amassado

Felipe Torres/Metrópoles
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Bicicleta da vítima, José Rodrigues

Felipe Torres/Metrópoles
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Local do acidente

Felipe Torres/Metrópoles

Antônia Rodrigues de Sousa, 63, acrescenta que o irmão havia começado no emprego nessa quarta-feira (5/10). Além disso, ele havia passado os 20 dias anteriores com parentes, no Rio de Janeiro, onde vive o restante da família. “Ele se despediu de todos [de lá]. Só eu e ele moramos aqui [no DF]”, relatou.

A irmã reclama que não recebeu qualquer tipo de assistência do motorista e que está preocupada com as despesas do enterro. “Estamos aqui sem saber o que fazer. A sorte é que ele era muito querido na vizinhança. Nunca pensei que fosse tão amado. Ele não merecia morrer assim, não”, destacou Antônia.

Velório

José Rodrigues era natural do Ceará e pai de duas filhas. Casou-se no Rio de Janeiro e, anos depois, mudou-se para o Distrito Federal, onde morava com a esposa, Vera Lúcia de Souza Oliveira, 56. O pedreiro costumava usar a bicicleta como meio de transporte para tarefas cotidianas, como ir ao trabalho e voltar para casa.

“Minha mãe está desolada. Ela vivia só para ele. Estamos inconformados. Há um ano, meu pai teve Covid-19, ficou intubado e quase morreu. Atualmente, estava bem e tinha voltado a trabalhar recentemente. É uma perda irreparável”, lamentou Valéria.

Sem ter como arcar com os custos do velório, a família ainda não definiu onde sepultará José. “Nós não temos nada. Meu pai era autônomo, e o dinheiro dele era só para manter a casa. Estamos tentando arrecadar, pois não havia uma reserva. Ainda não sabemos o que fazer com as despesas”, acrescentou a filha.

Quem quiser e puder ajudar, a família recebe doações pelo Pix. A chave é o CPF nº 019.316.331-42, em nome de Gabriela Rodrigues Teixeira, sobrinha de José. O custo estimado do enterro ficou em R$ 4 mil.

Sinais de embriaguez

Testemunhas que passavam pelo local do ocorrido filmaram o momento em que José era atendido pelos bombeiros. Nas imagens é possível ver Eugino ser levado pela Polícia Militar (PMDF).

Veja:

No local, o Corpo de Bombeiros (CBMDF) encontrou o ciclista no chão, em estado grave. José teve uma parada cardiorrespiratória segundos após a chegada das equipes.

Os militares tentaram reanimar a vítima, com apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após cerca de 40 minutos, a equipe médica confirmou a morte de José.

O condutor do caminhão não teve lesões e não precisou de socorro. Os policiais que atenderam a ocorrência questionaram se Eugino havia ingerido bebida alcoólica, e ele respondeu que havia bebido duas latas de cerveja.

O caminhoneiro, que aparentava estar sob efeito de álcool, não aceitou ser submetido ao teste do etilômetro. Após chegar à delegacia, teve de ser levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), que confirmou a ingestão de bebida alcoólica. Eugino ficou detido e passa por audiência de custódia nesta sexta-feira (7/10).

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