Iges-DF demite profissionais de saúde após troca de gestão
Enfermeiros e técnicos de enfermagem fizeram fila para demissão em frente ao departamento pessoal perto do Hospital de Base
atualizado
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O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) demitiu enfermeiros e técnicos de enfermagem. Os desligamentos ocorreram um dia após o Conselho de Administração aprovar a indicação do ex-ministro da Saúde Gilberto Occhi para o cargo de diretor-presidente da entidade.
Na tarde da última sexta-feira (19/2), quase toda a equipe do Centro de Inovação, Ensino e Pesquisa (Ciep) perdeu os cargos. Os profissionais chegaram a formar uma fila em frente ao departamento pessoal.
“Chamaram toda a equipe e anunciaram as demissões. Foram enfermeiros e técnicos do Ciep, do Hospital de Base, de Santa Maria e das Upas”, contou um dos empregados desligados, que preferiu não ser identificado para evitar represália.
Segundo o ex-servidor do Iges-DF, os trabalhadores foram pegos de surpresa. “Toda equipe está arrasada. Não nos deram nenhuma explicação. O Iges está quebrando? O que está acontecendo? Em plena pandemia… Meus colegas pegaram Covid-19, alguns morreram e a gente não merece nenhuma explicação?”, lamentou uma das funcionárias demitidas.
Interino
Occhi assumirá a função de diretor-presidente de forma interina, conforme adiantou a coluna Grande Angular. Ele tomará posse nos próximos dias, segundo o Iges-DF. Para permanecer de forma definitiva à frente do instituto, Occhi precisa passar por sabatina na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Escolhido pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o ex-ministro dedicou os últimos dias para se inteirar sobre a situação da entidade, que recentemente teve uma crise financeira.
O Conselho de Administração do Iges-DF afastou o então presidente do instituto, Paulo Ricardo Silva, durante reunião realizada no início deste mês. O diretor de Administração e Logística, Marcelo Oliveira Barbosa, assumiu o cargo interinamente.
Quinze dias antes, diretores do instituto fizeram uma moção de protesto e repúdio, na qual afirmaram que Silva “não possui condição e competência de gestão para permanecer no cargo”.
O outro lado
Em nota, o Iges-DF informou que não houve demissão de 150 funcionários do Centro de Inovação, Ensino e Pesquisa, conforme tinham informado demitidos à reportagem.
O instituto pontuou que tem adotado “diversas medidas para redução de despesas e, assim, alcançar o seu equilíbrio econômico-financeiro”.
“Uma das ações em curso é a redução da folha de pagamento, o que permitirá alocar recursos financeiros em outras áreas e efetuar o pagamento de dívidas com fornecedores. Para isso, já está sendo feito uma nova reestruturação de pessoal, a qual prevê tanto a diminuição de profissionais celetistas, quanto a devolução de servidores cedidos pela Secretaria de Saúde do DF”, ressaltou.
Segundo o Iges-DF, a redução de pessoal é planejada e não vai prejudicar o serviço assistencial prestado nas unidades de saúde.