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Idoso diz ter sido espancado por PM dentro do Hospital do Paranoá

Joel Pereira foi visitar a esposa e, ao vê-la amarrada, tentou ajudá-la. Vigilante teria participado das agressões, que duraram 15 minutos

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Uma denúncia de agressão a um idoso dentro do Hospital Regional do Paranoá está sendo investigada pela Polícia Civil do DF. O jardineiro desempregado Joel Pereira de Souza, 63 anos, alega ter levado chutes, socos e spray de pimenta nos olhos. Os responsáveis pelo espancamento seriam um PM e um vigilante.

Joel diz que foi na sexta-feira (16/12), por volta das 6h30, ao hospital para visitar a esposa, que estava internada no local para tratamento psiquiátrico. Ele garante que a encontrou amarrada e, ao tentar ajudá-la, foi levado ao banheiro e sofreu agressões por cerca de 15 minutos.

“Eles me levaram para o banheiro. O vigilante me trancou com o policial, que jogou spray de pimenta nos meus olhos, me deu socos e chutes. Estou machucado por dentro e por fora. Sinto muita dor. Na hora, fiquei tonto e não tive reação”, conta Joel Pereira. Ele acrescenta que, depois das agressões, foi carregado para fora do hospital.

Arnaldo Pereira de Souza, 27, é filho de Joel e se mostra revoltado com a situação.  “Quando recebi a notícia, estava no trabalho. Fui imediatamente para a casa do meu pai (no Paranoá) e me deparei com ele todo ensanguentado, machucado. Pensei até em ir ao hospital tentar alguma imagem ou filmagem das pessoas que fizeram isso, mas optei por registar o boletim de ocorrência e levar meu pai ao médico, para ser atendido”, relatou ao Metrópoles.

O presidente do Conselho Regional de Saúde do Paranoá, João Gomes Pereira, mais conhecido como João do Violão, também falou sobre o assunto. “Seu Joel é morador antigo da cidade. Um idoso que nunca causou problema para ninguém. Ele me contou que foi levado para o banheiro e apanhou por cerca de 15 minutos. Fui vê-lo e estava muito machucado. Isso precisa ser investigado, e os responsáveis, punidos”, diz João. “Eu acredito que, quando ele viu a esposa amarrada, aos gritos e sem ter sido alimentada, perdeu a cabeça”, acrescentou.

Tita Pereira de Jesus, 50 anos, esposa de Joel, já teve alta do Hospital do Paranoá e está em casa com o marido. Em nota, a Secretaria de Saúde disse que “a direção do hospital tem ciência do ocorrido e já abriu sindicância para apurar os fatos. Uma ocorrência policial foi registrada e o vigilante será ouvido para esclarecimento do episódio”.

A Polícia Militar do Distrito Federal diz que Joel Pereira teria entrado no local portando uma faca e bastante nervoso, e que por esse motivo foi utilizado o gás de pimenta e ele precisou ser imobilizado. Segundo a corporação, foi feito uso progressivo da força para conter o idoso, que depois foi retirado do hospital.

Lavar os olhos
Duas horas após a publicação da matéria, a Polícia Militar acrescentou detalhes à versão do policial envolvido no episódio. Segundo a corporação, depois que o idoso tentou entrar no hospital com uma faca, os vigilantes da unidade acionaram o PM, que teria usado gás de pimenta para retirar o objeto cortante da mão de Joel Pereira.

Sem sucesso na tentativa, o policial e três vigilantes teriam precisado usar força física para desarmar o homem. Por fim, a corporação confirma que Joel foi levado ao banheiro. No entanto, o militar diz que conduziu o idoso ao local para que ele pudesse lavar os olhos, de portas abertas. O caso está sendo apurado pela PM para saber se houve excesso por parte do policial.

A família de Joel registrou boletim de ocorrência na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), que também investiga o caso.

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Joel Pereira aparece bastante machucado e com a camisa ensanguentada
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