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Idoso de 82 anos denuncia tortura por PM de Goiás em disputa por terra

O militar teria acertado diversos chutes em cima do coração do homem mais velho, apesar de ele ser cardíaco. Corporação não comentou caso

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idoso levanta camisa para mostrar machucado
1 de 1 idoso levanta camisa para mostrar machucado - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga um policial militar do estado acusado por um idoso de praticar tortura para expulsá-lo de um terreno em disputa no Entorno do DF. O militar teria dado pelo menos quatro pisões no peito de um homem de 82 anos, que é cardíaco. As agressões teriam acontecido na casa do idoso, no povoado de Planalmira, em Abadiânia (GO), no último domingo (20/3).

Segundo narra a nora da vítima, o sogro comprou o terreno há muito tempo, no entanto, os filhos do antigo dono revenderam o lote, o que gerou uma disputa de terras. O idoso já construiu a própria casa no local e resiste a desocupar o espaço, o que gerou intrigas e, segundo a nora, ameaças. “Há algum tempo eles vem ameaçando, invadindo e quebrando a cerca, ela vai com dois caras, um filho e um sobrinho, que é PM”, explicou.

No domingo, os dois homens teriam chegado e derrubado o idoso no chão, pisado no tórax dele e o militar teria inclusive colocado a arma na cabeça do desafeto. “Ele sabia que meu sogro era cardíaco, porque em outra discussão [o idoso] falou que ia entrar para tomar os remédios. Ele chutou apenas o peito, entendemos que eles não queriam deixar nenhuma evidência do assassinato”, argumentou a nora.

Em relato, a vítima confirmou as impressões da nora. Segundo ele, o policial militar teria batido “em cima do coração” e uma ação rápida pode ter evitado o fim de sua vida. “Ele levantava a bota bem alta, que ele é um camarada alto, e batia como uma marreta bem em cima do coração. Quando deu a terceira marretada, pensei ‘vou mudar de posição rápido senão ele estoura meu coração’”, narrou o idoso. “O outro homem que estava com ele disse ‘eu é que quero ter o prazer de te matar da próxima vez você vier aqui’”, relatou.

Veja os machucados do senhor: 

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Agressor de idoso seria um policial militar
Motivação de ameaças é disputa por terra
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O idoso teria sido machucado nesse domingo (20/3)

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Terreno pago, mas sem escritura

Segundo o depoimento dado pelo senhor de 82 anos à PCGO, ele comprou o terreno em 1981, mas não teria feito a escritura “por questões burocráticas”, apesar de ter os recibos de pagamento. Os herdeiros do antigo dono teriam vendido o local para outra pessoa, e os netos dele seriam os homens que querem tirá-lo do local. A primeira agressão teria acontecido em 24 de janeiro.

Demora no registro do BO

Depois que os agressores foram embora, no último domingo, ele pediu ajuda aos vizinhos. O idoso procurou a Polícia Civil no mesmo dia, mas os policiais não abriram boletim de ocorrência. O registro aconteceu apenas no dia seguinte, quando a vítima foi acompanhada da família. Segundo consta no BO, o militar autor das agressões seria do 37º Batalhão da Polícia Militar, mas estaria de licença médica.

A arma usada pelo PM, uma pistola de 9mm, foi apreendida junto com as 10 munições. A pistola não pertence a corporação e é de propriedade particular. O idoso fez exame de corpo de delito e o caso foi levado para a corregedoria da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO).

“É muito revoltante, uma insegurança imensa. Primeiro é uma covardia tremenda, um idoso, 82 anos, chegam 3 pessoas, caras jovens e fortes e fazer esse tipo de crueldade, é desumano”, protestou a nora da vítima. “Queremos justiça, esperamos que a PM cumpra os valores que pregam”, continuou a familiar.

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“Foi uma surpresa muito violenta, mas a gente vai controlando. O Estatuto do Idoso tem vários artigos, lá diz que a violência contra o idoso dá 3 a 4 anos de prisão mais multa, mas não vejo respeito com a gente”, lamentou o homem de idade avançada.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) a fim de comentar as acusações, mas até a última atualização desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações futuras.

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