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Idosa morta em incêndio: filho é preso pela 2ª vez por abandonar mãe

Lauro Estevão Vaz Curvo havia sido preso há pouco mais de um ano por não querer tirar a mãe do hospital

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Imagem do ex-médico ginecologista Lauro Estevão Vaz Curvo, filho de Zely Alves Curvo, mulher morta em incêndio em Águas Claras no último dia 31 de maio. Leandro está de camiseta de cor vinho, usando óculos, dentro de um carro.
1 de 1 Imagem do ex-médico ginecologista Lauro Estevão Vaz Curvo, filho de Zely Alves Curvo, mulher morta em incêndio em Águas Claras no último dia 31 de maio. Leandro está de camiseta de cor vinho, usando óculos, dentro de um carro. - Foto: Reprodução/redes sociais

O ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo (foto de destaque), preso na noite desta sexta-feira (14/6) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), já havia sido detido em maio de 2023. Lauro passou a ser investigado após sua mãe, Zely Alves Curvo, 94 anos, morrer em um incêndio no apartamento em que morava, em Águas Claras, no mês passado. A idosa estava sozinha em casa no momento do incidente.

Em maio de 2023, Zely estava internada no Hospital Militar da Área de Brasília (Hmab) devido a um acidente vascular cerebral que havia sofrido quatro meses antes. A unidade deu alta para a idosa, mas Lauro se recusava a levá-la para casa. O homem se exaltou, a polícia foi acionada e ele terminou detido.

Os familiares de Zely – um outro filho, que mora em Cuiabá-MT; e uma irmã e uma sobrinha-neta, que vivem em São Paulo – souberam da prisão à época através de notícias. Neste momento, eles chegaram a se organizar para buscar a idosa em Brasília, mas não o fizeram por medo de Lauro. Segundo consta na perícia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os parentes classificavam o homem como “uma pessoa agressiva e sem limites, que sempre gerou conflitos com familiares e vizinhos, tal como ocorreu no hospital”.

Eles diziam ainda que Zely morava sozinha até o fim de 2021, quando Lauro levou a mãe para o apartamento em Águas Claras e teria restringido contato com a família, trocando de celular e desativando o telefone fixo que os parentes distantes tinham acesso.

Incêndio em apartamento

Zely morreu após o apartamento em que ela morava pegar fogo. O incêndio ocorreu no Residencial Monet, em Águas Claras, no dia 31 de maio. Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), a idosa era acamada e vivia com o filho no apartamento. No momento do incidente, o homem não estava no local.

Assim que chegou ao local, a equipe de socorro verificou que havia muita fumaça e as chamas ainda eram visíveis. O incêndio foi confinado, ficando restrito ao quarto. A ação rápida evitou que o fogo se propagasse. No interior do cômodo, foi encontrado o corpo carbonizado da idosa.

Ainda não é possível definir se o incêndio que matou Zely ocorreu de forma criminosa ou não. A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) investiga o caso.

Cassação por abuso

Lauro Estevão Vaz Curvo é médico ginecologista. Ele foi condenado em primeira e segunda instâncias após ser acusado por duas pacientes de tocá-las indevidamente durante exames clínicos, entre 2009 e 2010, no Centro de Saúde nº 1, em São Sebastião. À época, uma delas tinha 17 anos e estava grávida. Ele também teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

Em 2013, Lauro recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, três anos depois, reduziu a pena de seis anos e seis meses para cinco anos e 11 meses. O registro junto ao CRM-DF, no entanto, continuou cassado.

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