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Identificados autores de mensagens que compararam modelos a escravas

De acordo com a Polícia Civil, são quatro pessoas, entre elas, um jovem de 18 anos. Os nomes não foram revelados.

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1 de 1 Top Cufa DF _Foto_Diego Vedita (5) - Foto: Diego Vedita/Divulgação

A Polícia Civil do DF identificou os autores das ofensas racistas feitas em grupo de WhatsApp contra modelos que participavam da primeira seletiva do concurso TOP Cufa DF 2018, na praça central do JK Shopping, em Taguatinga Norte, no último sábado (13/10). O evento de beleza, exclusivo para moradoras de favelas, contava com a participação de 180 mulheres, de 16 a 25 anos. Elas foram comparadas a escravas na rede social.

De acordo com a PCDF, são quatro as pessoas ligadas ao crime, entre elas, um jovem de 18 anos. Os demais são menores de idade e os nomes não foram revelados. Eles devem prestar depoimento nesta semana. Segundo a polícia, eles vão responder por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em função de raça ou cor. A pena para o crime pode chegar a três anos de prisão, além de multa.

A troca de mensagens envolveu pelo menos três homens e prints da conversa foram publicados na internet. O organizador e presidente da Central Única das Favelas (Cufa-DF), Bruno Kesseler, teve conhecimento do caso e registrou ocorrência na Polícia Civil na segunda-feira (15). O episódio é investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial.

Um dos suspeitos que aparece na conversa, intitulado como “Alex”, escreveu a seguinte frase: “Tá tendo um desfile só de preta aqui no JK. Coisa horrorosa”, ataca.

Veja as mensagens:

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Na sequência, outro homem, identificado como “Muniz”, fala que “Alex” “tirou até uma foto do desfile”. Em seguida, posta um retrato de escravas enfileiradas e com cestas na cabeça. Outro rapaz, apelidado de “Dandan”, questiona: “Agr o cara é obrigado a achar as preta bonita? [sic]”.

A PCDF confirmou que o crime foi registrado e está sendo investigado como discriminação racial. “O evento ocorreu no sábado [13] e, no domingo [14], tivemos outra etapa, que foi um workshop com as selecionadas. À noite, recebi esses prints do grupo de uma das modelos. Tomei um susto”, disse Bruno.

“Nós conseguimos identificar as contas do Instagram dos suspeitos, mas eles apagaram os perfis. Já denunciamos os nomes e aguardamos que eles sejam localizados rapidamente. Racismo é crime e mata. Algumas modelos quiseram desistir do concurso, mas estamos trabalhando com elas para focar no lado positivo disso tudo. Vamos mostrar que o preconceito ainda existe e precisa ser combatido. Não deixaremos esse crime ficar impune”, acrescentou o dirigente da Central Única das Favelas.

A Cufa DF publicou na página oficial do Facebook, também nessa segunda (15), nota de repúdio.

Confira o post:

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