Ibaneis vai à Justiça para manter Anderson Torres na Segurança
Chefe da pasta está entre os possíveis integrantes da Polícia Federal que devem se reapresentar ao órgão de origem
atualizado
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou nesta sexta-feira (24/01/2020) ao Metrópoles que recorrerá aos tribunais contra o pedido da Polícia Federal para que integrantes do quadro funcional do órgão cedidos para estados e municípios se apresentem de volta à instituição. A solicitação, assinada no dia 24 de dezembro, atinge diretamente, entre outros, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que é delegado federal.
O emedebista descartou fazer um pedido ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que autorize a permanência de Torres no comando da segurança distrital.
“Não pedirei nada a ninguém. Vou entrar na Justiça contra isso”, disparou o titular do Palácio do Buriti à coluna.
Até agora, pelo menos quatro delegados já se reapresentaram à corporação. A pasta do DF informou não ter sido notificada sobre o pedido do governo federal.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela PF, afirmou, por nota, que “qualquer solicitação para a devolução de policiais será feita muito pontualmente e com prévia consulta aos próprios Secretários de Segurança”.
O documento vem a público após os secretários de Segurança Pública de todo país defenderem publicamente a divisão do Ministério da Justiça, criando uma nova pasta exclusiva para a área. Na oportunidade, Anderson Torres foi porta-voz do colegiado e criticou os poderes da pasta comandada pelo ministro Sergio Moro.
“A criação de um ministério específico da segurança pública sempre foi defendida pelo Consesp. O superministério representa um retrocesso”, opinou Torres, na ocasião. Embora tenha cogitado a divisão da pasta, o mandatário do país acabou desistindo da ideia.
Diferenças
O impasse é mais um capítulo das diferenças públicas entre Ibaneis e Moro. A relação ganhou tom crítico depois que o ex-juiz determinou a transferências de líderes de grandes facções criminosas para o Presídio Federal de Brasília, entre eles o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola.
As discórdias entre os dois aumentaram após o Metrópoles revelar plano de fuga para Marcola, o que acabou mobilizando grande aparato de segurança na região da penitenciária. O próprio secretário Anderson Torres sofreu ameaças por integrantes do PCC.
Depois do episódio, o GDF voltou a investir no pedido de transferência dos criminosos de alta periculosidade, mas o Ministério da Justiça recusou e soltou nota pública garantindo que não há risco para a população do DF.