Ibaneis sobre espancamento de menino: “Punição infelizmente é difícil”
Governador diz que acredita no trabalho da Polícia Civil do DF, mas teme a possível decisão do Judiciário de abrandar a pena do agressor
atualizado
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) tem acompanhado de perto o caso do adolescente de 14 anos, brutalmente espancado por um homem, no último sábado (23/4), na Vila Divinéia, Núcleo Bandeirante. Ao Metrópoles, o chefe do Executivo local disse que está confiante no trabalho da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Nesta terça-feira (26/4), Victor de Sales Batista, 27 anos, foi intimado a prestar depoimento. A declaração do governador ocorreu durante a cerimônia que marcou o início das obras para a instalação do equipamento de ressonância magnética no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB).
Apesar de confiar na investigação da PCDF, Ibaneis diz que teme a possível decisão do Judiciário, de abrandar a pena do agressor.
“É um caso de polícia, e a polícia do Distrito Federal tem se mostrado efetiva em todos os casos. A gente sabe que as punições infelizmente são difíceis. O Judiciário tem sido muito benevolente com essas pessoas. E a gente tem que apertar mais de todos os lados. Não adianta só a polícia ir atrás e prender. Porque a Justiça no outro dia solta”, disse Ibaneis.
Segundo o chefe do Palácio do Buriti, “pessoas como essa ficam causando casos de violência que nos deixam bastante entristecidos, mas que infelizmente acontecem”.
Conforme o Metrópoles noticiou, o adolescente foi espancado e ameaçado em uma quadra de esportes do Núcleo Bandeirante, no último sábado. Victor teria atacado o menor após se irritar com o assobio do garoto ao chamar a mãe, na frente de casa. Agressor e vítima moram lado a lado e já teriam se desentendido outras vezes, segundo o adolescente relatou à polícia. A 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) é quem está à frente do caso, registrado como lesão corporal, injúria e ameaça.
Veja como ficou o adolescente após as agressões:
De acordo com vizinhos, Victor mora na região há pouco mais de um ano, com pai, irmã e madrasta, e é vizinho do adolescente. Eles disseram que a família do agressor é bastante discreta. Ao Metrópoles, a vítima contou que o vizinho já havia a ameaçado pelo menos outras três vezes. “Uma vez, ele falou que ia me bater, e eu revidei a provocação dizendo que ele não era nem o meu pai nem a minha mãe. Só quero justiça”, pontuou o garoto.
O adolescente relatou que jogava bola com os amigos quando tudo aconteceu. “Era sábado, e estávamos na quadra e aproveitando o dia. Ele apareceu, e eu não imaginei que fosse me bater. Quando ele veio para cima de mim, ele disse: ‘E agora?’, depois me deu um murro, e eu já caí no chão.”
“Ele me bateu sem parar. Eu só fiquei tentando me defender e protegi a minha cabeça, que era o mais importante”, acrescentou. Com o garoto no chão, teria dito: “Na próxima vez, vou é te matar”.
Moradores da Vila Nova Divinéia estão organizando, para a noite desta terça-feira (26/4), um protesto em frente à casa de Victor. “Como morador, falo que todos estão preocupados com essa situação e com a segurança não só do agredido, mas também das nossas outras crianças”, desabafa o servidor público Eduardo Ribeiro Machado, 32 anos.
Segundo Eduardo, até então, não houve uma resposta sobre o paradeiro do agressor. “No mínimo, deveria ter algum tipo de restrição ao Victor. Ele mora do lado desse menino. Se ele voltar para a casa dele, vai ser um grande absurdo. Ele mora colado com o menor que ele agrediu. Queremos respostas nesse sentido. É um absurdo ele ainda estar solto”, defende o servidor público.
Eduardo mencionou, ainda, que a vizinhança está dando todo o suporte para mãe e filho, que continuam com medo de cruzar com o agressor na rua a qualquer momento. “Eles estão morrendo de medo. Não sabem se, quando saírem do portão, vão dar de cara com o agressor”, disse.
“Enquanto não tivermos uma resposta do poder público e da Justiça, vamos movimentar a nossa comunidade em busca disso. Ainda estamos inseguros com esse rapaz solto. A manifestação é pacífica. Vamos dizer palavras de ordem para mostrar que não estamos satisfeitos com o trabalho que está sendo feito pela polícia. Não podemos deixar que esse caso caia no esquecimento e daqui a pouco, outra criança venha a ser agredida”, pontuou.
Esta vai ser a segunda vez que o grupo de moradores se reunirá em frente à casa de Victor . Assim que ficaram sabendo do ocorrido, vizinhos cercaram a casa do suspeito, ainda na tarde de sábado (23/4). O grupo tinha a intenção de questionar pessoalmente os ataques brutais ao garoto.
Veja imagens do grupo reunido no dia das agressões:
Assista ao vídeo das agressões:
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