Ibaneis sobre críticas de Bolsonaro: “Não vou politizar o tema”
Declaração do emedebista é resposta ao titular do Planalto, que afirmou que medidas contra o coronavírus estão “prejudicando a economia”
atualizado
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) reagiu, nesta terça-feira (17/03), às declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que criticou as medidas adotadas por “alguns governadores” para evitar a propagação do coronavírus e classificou de “histeria” a pandemia da doença.
“Tomara que ele esteja certo. O presidente tem o direito de ter a posição dele e deve estar embasado por alguma informação à qual eu não tive acesso. Ser governador já é difícil, imagina ser o comandante da Nação. Aqui, estou fazendo exatamente o que os técnicos e especialistas, quem realmente entende do assunto, me orientam ser o correto. Estou seguindo exatamente o que estão me indicando e o que foi adotado em países que conseguiram se sair bem da pandemia. Não quero e não vou politizar esse assunto”, disse Ibaneis.
Nesta terça-feira, durante entrevista à Rádio Tupi, o titular do Palácio do Planalto afirmou que a pandemia da nova doença seria um exagero. “O que está errado é a histeria, como se fosse o fim do mundo”, afirmou Bolsonaro, que acusou “grandes órgãos de imprensa” de não o deixarem em paz, em referência às críticas recebidas por ter cumprimentado, no domingo (15/03), manifestantes de um ato pró-governo no Palácio do Planalto.
Na opinião de Bolsonaro, as ações enérgicas dos governadores vão prejudicar a retomada econômica do país e deixar muitos trabalhadores informais desassistidos. “A economia estava indo bem, fizemos algumas reformas, os números bem demonstravam: a taxa de juros lá embaixo, a questão do Risco Brasil também estava indo bem. Esse vírus trouxe uma certa histeria e alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia”, criticou Bolsonaro.
Trabalho informal
O presidente também alegou que o trabalhador informal será ainda mais afetado e citou como exemplo flanelinhas e vendedores de mate em estádios. “Ele [trabalhador informal] vai ter que se virar, mas vai ter mais dificuldades e, tendo mais dificuldades, comerá pior. Comendo pior, já não comia tão bem, acaba não comendo adequadamente, ele fica mais debilitado, e o coronavírus chegando nele, ele tem uma tendência maior de ocupar um leito hospitalar”, argumentou.
Para Bolsonaro, o pleno funcionamento do transporte público é a “prova” de que tudo segue dentro da normalidade.
“Se você for nos ônibus do Rio de Janeiro, que vêm da zona oeste ou da Baixada, e no metrô de São Paulo, estão todos lotados, a vida continua, não tem que ter histeria.”