Ibaneis sobre acampamento no QG: “Vamos acelerar a desmobilização”
Ibaneis Rocha informou, nesta terça, que o GDF conversa com o Exército e que 40 barracas já foram retiradas do QG em Brasília
atualizado
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) conversa com o Exército para “acelerar a desmobilização” de bolsonaristas no acampamento do Quartel-General em Brasília. De acordo com o chefe do Executivo local, já foram retiradas 40 barracas, e a ideia é que até o dia da posse, 1º de janeiro, haja redução “de forma natural”.
A declaração de Ibaneis foi feita em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, na manhã desta terça-feira (27/12). Na ocasião, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que o DF contará com 100% das forças de segurança mobilizadas para atuar na cerimônia da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esquema de segurança
Após manifestações antidemocráticas e tentativa de ataque terrorista na capital da República ao longo de dezembro, o esquema de proteção na data tornou-se uma preocupação maior.
“Nós já vínhamos trabalhando a questão da posse em conjunto com a PF. Estaremos com todo efetivo da PMDF (Polícia Militar) de prontidão e a PCDF (Polícia Civil) também no apoio, infiltrados durante todo o movimento, principalmente pelos últimos acontecimentos”, frisou Ibaneis.
De acordo com o governador, existe uma preocupação em relação à prisão do empresário bolsonarista George Washington, que confessou ter armado uma bomba em um caminhão-tanque perto do Aeroporto de Brasília.
“Aguardamos novas operações até a data da posse para que possamos desmobilizar esses movimentos. Temos consciência de que o Exército vem cuidando disso diariamente desmontando parte dos acampamentos. Para trazer um movimento de mais tranquilidade. Não só para o momento da posse, mas para os próximos quatro anos. Não consideramos como movimento legítimo o que vem acontecendo. Queremos ter a pacificação da nossa cidade e do nosso país”, acrescentou.
O governador tranquilizou a população quanto à segurança no dia 1º de janeiro. Está prevista uma série de shows durante todo o dia, antes da solenidade oficial de posse do presidente eleito.
“Todas as polícias do DF e equipamentos estarão mobilizados para o evento para que tenhamos um ambiente de posse o mais tranquilo possível. A gente espera que esses movimentos voltem para dentro da normalidade. É exatamente nesse sentido que nós vamos trabalhar”, disse o emedebista.
Também na reunião, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que todo o governo de transição está debruçado sobre a segurança na capital federal. “Não irão emparedar a democracia no Brasil. Não terão espaço, não venceram e não vencerão”, disse. “Terá mobilização integral, 100% das forças policiais do DF para garantir segurança a Lula, delegações estrangeiras e aos que virão a posse.”
Dino explicou que a decisão de Lula de desfilar em carro aberto ou fechado na posse será tomada após o almoço do dia 1º. “Os dois cenários estarão em aberto no dia, inclusive por fatores climáticos. Como podemos ver, chove muito em Brasília nos últimos dias.”
Atos antidemocráticos
O mês que antecede a posse gerou clima de tensão para a segurança pública do DF. No dia 12/12, bolsonaristas invadiram parte do centro da cidade e protagonizaram um episódio de quebra-quebra em frente à sede da Polícia Federal (PF), na Asa Norte. Os manifestantes, que tentaram invadir o prédio da PF, exigiam a soltura do líder indígena Serere Xavante.
Após uma noite que deixou rastros de destruição, ninguém foi preso.
No último fim de semana, a situação agravou-se com a tentativa de terrorismo nos arredores do Aeroporto de Brasília. O empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, é um dos principais suspeitos de organizar o atentado. Em depoimento, o homem, que está preso preventivamente na Papuda, confessou que esteve presente no ato do dia 12.
Investigação sobre bomba
Questionado sobre as investigações relacionadas à tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, Ibaneis declarou que o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, relatou que, de fato, existia uma mentalidade totalmente voltada para o crime com atos preparatórios buscando cursos, como sniper, para a utilização de armamentos de alta potência.
“Estamos tratando realmente como ato terrorista. Todas as providências já foram tomadas pela polícia e pelo Poder Judiciário no sentido da repressão. Queremos deixar bem claro que a polícia está preparada para reprimir atos como esses. É um crime hediondo e que pode levar até 30 anos de prisão”, ressaltou Ibaneis.