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Ibaneis promete pente-fino em gastos do Pdaf, alvos de operação policial

Deflagrada nesta quarta, a Operação Nota Zero investiga um possível esquema para desviar dinheiro destinado ao programa

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
O governador Ibaneis Rocha participa na amanhã dessa quarta-feira (1:9) da Inauguração da Unidade Básica de Saúde Nº 5 do Riacho Fundo II
1 de 1 O governador Ibaneis Rocha participa na amanhã dessa quarta-feira (1:9) da Inauguração da Unidade Básica de Saúde Nº 5 do Riacho Fundo II - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Diante da nova operação que investiga desvios no Programa de Descentralização Administrativa e Finaceira (Pdaf), deflagrada nesta quarta-feira (6/10) pela Polícia Civil do DF (PCDF) e pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), o governador Ibaneis Rocha (MDB) voltou a mostrar preocupação com as fragilidades do projeto, criado para desburocratizar o uso de recursos em escolas públicas do DF. O chefe do Executivo local prometeu fazer um pente-fino nos gastos.

“O Pdaf para nós é uma grande preocupação, tanto que lancei o cartão Padf, que já está em estruturação dentro do BRB. Nós sabemos que existe uma grande dificuldade dos diretores na prestação de contas desses recursos. A gente sabe que muitos desses recursos são desviados, mas a grande maioria faz um belíssimo trabalho com o valor que é destinado”, comentou.

Para o emedebista, o programa precisa ser reestruturado. A ideia é proporcionar mais segurança na fiscalização para que “não tenhamos mais escândalos como esses que vêm acontecendo”, concluiu. As declarações foram dadas durante agenda pública no Restaurante Comunitário da Cidade Estrutural.

Ibaneis disse, ainda, que o Governo do Distrito Federal (GDF) fará uma “vistoria muito grande nas contas apresentadas pelos gestores de escolas públicas do DF”.

A Delegacia de Repressão à Corrupção (Decor), por meio da Operação Nota Zero, investiga um possível esquema para desviar recursos destinados a reformas em escolas públicas da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Recanto das Emas. Foram apreendidos, aproximadamente, R$ 40 mil reais, US$ 3 mil dólares e uma arma.

Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal em residências de agentes públicos, sedes de pessoas jurídicas e na CRE do Recanto das Emas. As buscas visam a obtenção de elementos probatórios que irão subsidiar as investigações em andamento. Um dos investigados é atirador esportivo. Na casa dele, foi encontrada uma arma sem registro, o que resultou em prisão em flagrante.

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Dinheiro foi apreendido nesta quarta-feira
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal
PCDF atuou na operação em conjunto com o MPDFT
Recursos deveriam ser usados no Pdaf
Além do dinheiro, foi apreendida uma arma
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Foram encontrados R$ 40 mil e US$ 3 mil

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Dinheiro foi apreendido nesta quarta-feira

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Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal

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PCDF atuou na operação em conjunto com o MPDFT

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Recursos deveriam ser usados no Pdaf

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Além do dinheiro, foi apreendida uma arma

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A investigação teve início em 2020, com base em suspeitas de que as pessoas jurídicas contratadas pela CRE do Recanto das Emas para executar obras e serviços estariam vinculadas a servidores da Secretaria de Educação. Além disso, os suspeitos fariam uso de notas frias para atestar serviços não prestados, com superfaturamento de valores. Tudo isso com a possível participação da própria Associação Administrativa Regional do Recanto das Emas, por meio do seu então presidente.

Segundo os investigadores, o provável modus operandi era o seguinte: um grupo pré-definido de pessoas jurídicas, ligadas aos servidores da própria Regional do Recanto das Emas, simulava competição entre si, direcionando os certames de contratação de obras e serviços. Dessa forma, o grupo era sistematicamente beneficiado e praticava o superfaturamento de valores, já que a logística adotada compromete por completo a efetiva fiscalização das prestações de contas.

De acordo com a polícia, são fortes os indícios no sentido de que as principais pessoas jurídicas envolvidas no esquema foram constituídas, e são administradas, por servidores da própria Coordenação Regional de Ensino do Recanto das Emas ou por pessoa ligada a eles. Ainda de acordo com a investigação, são contundentes também as suspeitas de que algumas das pessoas jurídicas sequer existem de fato, de modo que são apenas utilizadas com o fim de forjar competição nos certames.

No que toca aos indícios de superfaturamento, apura-se que em um dos casos analisados os preços constantes dos contratos celebrados chegavam à cerca de 279% acima do valor médio praticado no mercado.

Os promotores de Justiça que trabalham na análise das prestações de contas chamam a atenção dos possíveis envolvidos em atos ilegais na gestão do Pdaf para o fato de que o MPDFT pode avaliar o cabimento de acordos previstos em lei.

Transparência

Em 24 de agosto, após uma outra investigação também deflagrada pelo MPDFT e pela PCDF, a Secretaria de Educação do DF publicou uma portaria para tornar público o saldo disponível do Pdaf para coordenações regionais de ensino e escolas públicas.

O balanço diz respeito aos valores oriundos do programa, tanto do orçamento próprio da pasta quanto de emendas parlamentares referentes aos meses de maio, junho e julho de 2021.

Como resposta às denúncias, o governador Ibaneis Rocha (MDB) lançou, também em agosto, o Cartão Pdaf, plataforma para tornar a execução de serviços nas escolas mais ágil e a prestação de contas mais simples e transparente.

O funcionamento do cartão ocorrerá por meio da parceria entre as secretarias de Educação e de Economia com o Banco de Brasília (BRB) e o Sebrae-DF.

O que é?

O Pdaf foi criado em 2008 com o objetivo de facilitar a gestão escolar, garantindo recursos às escolas de forma direta, para despesas de manutenção, pequenos reparos e aquisição de material pedagógico.

A ferramenta foi alvo de investigação do MPDFT e da PCDF após o Metrópoles noticiar o possível uso irregular dos recursos por parte de coordenadores regionais. Em um dos casos, o dinheiro foi direcionado para reforma de prédio embargado pela Justiça e os contratos firmados com empresas recém-criadas.

A reportagem procurou a Secretaria de Educação do DF para comentar a nova operação, mas até a última atualização deste texto a pasta não havia se pronunciado. O espaço segue aberto.

 

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