Ibaneis pede a apoiadores que não promovam atos pela volta dele ao GDF
O evento em questão tem sido divulgado pelas redes sociais de eleitores do governador afastado e preocupa as forças de segurança do DF
atualizado
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Por meio de uma publicação no Instagram, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pediu ao apoiadores para não promoverem atos públicos em defesa da volta dele ao Palácio do Buriti. O evento em questão tem sido divulgado pelas redes sociais de eleitores do emedebista e preocupa as forças de segurança da capital federal.
Na mensagem, Ibaneis disse que aguarda a conclusão da Justiça sobre os atos antidemocráticos, ocorridos no dia 8 de janeiro, e fez um apelo para que os brasilienses também esperem “com paciência e calma”.
“Tenho visto que algumas pessoas querem preparar atos públicos de apoio a mim, mas peço que não o façam, que confiem na Justiça como eu confio e que aguardem a apuração dos fatos com a calma e serenidade que o momento exige. Agradeço todas as mensagens de apoio, mas peço encarecidamente que sejam evitados quaisquer atos públicos “, declarou o governador afastado.
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Ibaneis foi afastado da função em 8 de janeiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes — que determinou a medida por 90 dias. A decisão saiu horas depois que terroristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o próprio STF.
Em 9 de fevereiro, o advogado de defesa do governador afastado entrou com pedido para que o emedebista seja reconduzido ao cargo de chefe do Executivo do DF.
No documento, a defesa solicita a Moraes o “imediato retorno” de Ibaneis ao cargo de governador. Atualmente quem ocupa a cadeira é Celina Leão (Progressistas), vice-governadora do DF.
Mobilização das forças de segurança
A subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, coronel Cintia Queiroz de Castro, convocou uma reunião, nessa sexta-feira (17/2), para se preparar para o ato político em defesa da volta de Ibaneis ao Executivo local.
O evento tem preocupado as forças de segurança pelo risco de confronto ou de manifestações exacerbadas que possam causar novas confusões em Brasília.
Afastamento
À época da decisão pelo afastamento de Ibaneis, Moraes afirmou que “absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”.
Três dias depois, o STF manteve a decisão, por maioria dos votos.
Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal, espontaneamente, em 13 de janeiro. O emedebista declarou que ficou “absolutamente surpreendido” com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da Polícia Militar do DF (PMDF).
O governador afastado disse aos policiais que ficou “revoltado” quando viu cenas de alguns PMs confraternizando com manifestantes.
Ibaneis afirmou que “houve algum tipo de sabotagem”, mas que a investigação em andamento deverá esclarecer. Segundo Ibaneis, a exoneração de Anderson Torres se deu porque ele estava ausente do país no momento do “trágico acontecimento” e, portanto, perdeu a confiança no então secretário.
A PF fez busca e apreensão em endereços ligados ao governador afastado, incluindo a mansão onde ele mora, no Lago Sul, em 20 de janeiro. Ibaneis não estava em casa durante a operação. Três dias depois, a defesa do emedebista entregou dois celulares de Ibaneis aos investigadores.