Ibaneis oferece o Mané Garrincha para a decisão da Libertadores
Governador do DF propôs que estádio brasiliense seja alternativa para jogo, por conta dos protestos Santiago, sede original da partida
atualizado
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A tensão que tomou conta do Chile por causa dos protestos e confrontos entre a polícia e a população — já são 11 mortos — pode alterar o local da final da Libertadores da América. A decisão, pela primeira vez realizada em jogo único, está marcada para Santiago, em 23 de novembro, um sábado. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou oficialmente que Brasília é candidata a sediar a partida.
A Conmebol, entidade que responde pela competição, disse que acompanha atentamente a situação. Desse modo, há a possibilidade real de que a decisão mude de lugar. Por telefone Ibaneis afirmou para dirigentes da entidade esportiva que o Distrito Federal está à disposição para “ajudar a contornar essa crise”.
Segundo o governador, o Estádio Nacional Mané Garrincha está em condições para receber a final. O gramado da arena está bom e o governo tem plenas condições de oferecer segurança para times e torcidas. A Conmebol ainda não se posicionou sobre a questão.
Mundial Sub-17
Ibaneis também argumentou que a cidade vai receber um grande evento do futebol: o Mundial Sub-17 masculino. Detalhe: o emedebista é torcedor apaixonado do Flamengo. O time carioca disputa a semifinal nesta quarta-feira (23/10/2018), diante do Grêmio, no Maracanã.
Mesmo sem saber se o time carioca conseguirá ou não a classificação, o governador ligou para diretoria rubro-negra para comunicar a ideia de oferecer Brasília com palco da decisão da Libertadores, antes mesmo de entrar em contato com a Conmebol.
O Distrito Federal receberá, a partir de sábado (26/10/2019), jogos do Mundial Sub-17. Em Brasília, as partidas da competição serão realizadas no Bezerrão, no Gama. O estádio vai receber dois jogos do Brasil na primeira fase, contra o Canadá, na estreia, e contra a Nova Zelândia, no dia 29, além da semifinal e final do torneio.
Manifestações
A prefeita da região metropolitana de Santiago do Chile, Karla Rubiar, confirmou na segunda-feira (21/10/2019), em coletiva de imprensa, que o número de mortos nos confrontos subiu para 11. A polícia chilena informou que 819 pessoas foram detidas do domingo (20/10/2019) e que o ato deixou 67 policiais feridos. Desde o início dos confrontos, mais de 1.400 manifestantes foram presos.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, definiu, no domingo (20/10/20149), a situação do país: “Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, que está disposto a usar a violência sem nenhum limite. Eles estão em guerra contra todos os chilenos que querem viver em democracia”.
Os protestos se iniciaram na última quinta-feira (17/10/2019) após aumento no preço da passagem do metrô, o que foi o estopim para a crise. Mesmo após o presidente Piñera revogar o reajuste, os protestos continuaram. Manifestantes reclamam também da desigualdade social, bem como dos altos preços de serviços de saúde e educação, além dos baixos salários.