Ibaneis diz ser contra urgência no PL da reforma tributária no Senado
Ibaneis diz que Brasil pode ter uma das maiores cargas tributárias do mundo e que isso vai penalizar diversas áreas da economia brasileira
atualizado
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou, nesta terça-feira (1º/10), ser contrário ao pedido de urgência para regulamentação da reforma tributária no Senado Federal. “Acho que nós já passamos mais de 30 anos discutindo reforma tributária e conseguimos avançar em alguns pontos. Mas a grita do empresariado, e que vai ser a da população, está muito grande. Então, nós temos que ter uma atenção a esse chamado, que está sendo feito em todos os setores da economia, para que a gente não tenha uma situação reversa daquilo que foi proposto, que é um avanço no país”, disse, durante um encontro com empresários e políticos.
Na oportunidade, Ibaneis afirmou que acompanha o debate sobre o tema com atenção. “Nós temos uma preocupação muito grande com essa questão da reforma tributária, uma vez que as matérias que a gente tem visto, e o que a gente tem acompanhado da legislação que está surgindo, apontam que o Brasil terá uma das maiores cargas tributárias do mundo. Isso vai penalizar muito diversas áreas da economia brasileira”, disse o governador.
“Aqui no Distrito Federal a gente faz o acompanhamento através da Secretaria de Economia e da Procuradoria Geral do Distrito Federal, para poder contribuir com o debate e não deixar que a população, em especial a mais carente, seja mais penalizada com tudo isso que está ocorrendo”, defendeu Ibaneis.
As declarações do chefe do Executivo local ocorreram durante uma reunião do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), com empresários e políticos do DF.
Votação
Quando o projeto para regulamentar a reforma tributária chegou ao Senado, em julho, líderes partidários também solicitaram a retirada da urgência, alegando que precisariam de tempo para analisar o texto já aprovado pelos deputados. O PL define os setores que vão pagar menos impostos, os que serão taxados e a devolução, o chamado cashback.
O coordenador do Grupo de Trabalho na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Izalci Lucas (PSDB-DF), participou do almoço e também defendeu um prazo maior para a votação do projeto.
“É um projeto que afeta todas as atividades, mas que a conta quem paga mesmo é o consumidor. É muito complexo, são 1,2 mil emendas apresentadas e nós vamos fazer mais 21 reuniões e audiências públicas para debater o tema. O governo mandou o projeto em regime de urgência, está trancando a pauta, ele queria mesmo que votasse igual à Câmara dos Deputados, sem discutir emendas, e a gente vê nessas audiências a importância do debate, porque todos os segmentos estão apresentando reivindicações”, salientou Izalci.
“Precisamos alertar os empresários do que está acontecendo para que eles possam mobilizar, procurar seus senadores, deputados, para que possam fazer as alterações que achar necessárias”, acrescentou o senador.