Ibaneis anuncia novas licitações para resolver obras de Vicente Pires
A solução é apontada pelo governador do DF como única possibilidade para acabar com o caos nas ruas da cidade
atualizado
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Para destravar as obras de infraestrutura de Vicente Pires, o Governo do Distrito Federal (GDF) prepara o lançamento de novas licitações. Sem cravar valores, o governador, Ibaneis Rocha (MDB), admitiu nesta segunda-feira (8/4) que o Executivo está elaborando novos certames, ao falar sobre as dificuldades enfrentadas nos 100 primeiros dias de gestão.
“As dificuldades são aquelas em relação à máquina administrativa, que é muito carregada. Licitações malfeitas em gestões passadas, que fazem que as obras tenham dificuldade de andar, como é o caso de Vicente Pires. A empresa que está de um lado quebra e a segunda não quer assumir”, desabafou.
Essa alternativa é uma espécie de plano B para a região. No fim de março, o secretário de Obras e Infraestrutura havia afirmado que objetivo era resolver os problemas nos 11 contratos em andamento. Dessa forma, a promessa de concluir drenagem, pavimentação, meio-fio e calçadas tinha sido adiada para o fim de 2020.
Agora, diz Ibaneis, para desatar o nó da cidade, só mesmo novas licitações. “Para você ter uma ideia, a situação é tão complicada, que, para transpor a água para a bacia construída fora de Vicente Pires, eu teria que interromper a Via Estrutural por 90 dias. O que é totalmente impensável no DF. Então, eu vou ter que fazer uma nova licitação para resolver o problema”, afirmou.
No entanto, o emedebista não deu um novo prazo para conclusão das obras. As licitações costumam durar cerca de seis meses. Diante disso, o GDF já havia cogitado decretar estado de calamidade na região para acelerar os empreendimentos. A controversa medida daria carta branca para gastos rápidos sem licitação, mas poderia levantar questionamentos dos órgãos de controle. Por isso, a ideia foi abandonada.
O projeto de infraestrutura de Vicente Pires foi traçado há uma década, sendo licitado em 2015. Os contratos demoraram para sair do papel, e a ocupação desordenada da cidade continuou, tomando locais destinados para obras. Lagoas de contenção, por exemplo, foram remanejadas para chácaras, Cidade Estrutural e até para a residência oficial do governador.
Para fazer as adequações, o governo precisou lançar mão de praticamente todos os aditivos. O limite legal dessa ferramenta é 25% do contrato. Porém, a obra ainda está distante da conclusão, e mais ajustes serão necessários. As obras de Vicente Pires possuem orçamento de R$ 426 milhões, mas, até o momento, foram investidos R$ 151 milhões.