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Ibama aplicará multa de R$ 2 mil a jovem picado e a amigo que ocultou Naja

As condutas também serão apuradas no âmbito criminal pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama)

atualizado

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Arquivo Pessoal
Estudante de veterinário picado por cobra naja no DF
1 de 1 Estudante de veterinário picado por cobra naja no DF - Foto: Arquivo Pessoal

O estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, será autuado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O criador, que está hospitalizado após ser picado por uma Naja kaouthia, não tem permissão para manter o animal em ambiente doméstico – a legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim.

Um amigo de Pedro, identificado como Gabriel, também será penalizado em R$ 2 mil. O Metrópoles apurou que o jovem, também morador do Guará assim como Pedro, ajudou a esconder o animal exótico.

Quando foi procurado pela polícia e pelos fiscais na manhã dessa quarta-feira (8/7), o rapaz chegou a alegar que desconhecia a localização da serpente, dificultando as investigações. Momentos depois, fez uma ligação para a Polícia Militar indicando onde o animal estava.

As condutas também serão apuradas no âmbito criminal pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama). Autoridades policiais investigam se a cobra Naja kaouthia, considerada uma das serpentes mais venenosas do mundo, foi traficada até o Distrito Federal dentro de uma mala. A autoria do delito também é objeto de apuração da polícia.

Possíveis partícipes na ocultação de provas após o incidente ocorrido com Pedro também serão alvo do inquérito. O estudante de veterinária mora em um prédio residencial com a mãe e o padrasto, um tenente-coronel da PMDF.

Zoo

A Naja ficará no Zoológico de Brasília até que os órgãos ambientais definam sua destinação final. A serpente chegou ao Zoo por volta de 23h30 dessa quarta-feira (8/7), levada levada pela equipe do Ibama.

Segundo a Fundação Jardim Zoológico de Brasília, o animal está fisicamente bem, mas segue em observação para que possam ser feitas mais análises comportamentais. Devido a movimentação intensa ao longo dia, a Naja ficou com os níveis de estresse elevados.

A serpente ainda não foi alimentada e, por enquanto, não há previsão de quando isso irá ocorrer. As cobras são animais com metabolismo lento. Quando comem, podem ficar por mais de 15 dias sem se alimentar.

Os profissionais não irão fazer o manejo no animal enquanto não tiver soro. O único antídoto que tinha disponível no Brasil estava no Instituto Butantan, em São Paulo e foi enviado para Brasília assim que ocorreu o incidente com o jovem.

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Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF
Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia
No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro
Após as primeiras buscas, a Naja não foi encontrada
A Naja é uma das cobras mais venenosas do mundo
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Pedro é estudante de medicina veterinária

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Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF

Material Cedido ao Metrópoles
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Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

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No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

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Após as primeiras buscas, a Naja não foi encontrada

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A Naja é uma das cobras mais venenosas do mundo

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Carro do Ibama em frente ao edifício: padrasto do estudante picado não teria colaborado com autoridades

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Movimentação em prédio no Guará: vizinhos temiam que a cobra invadisse outros apartamentos pela tubulação

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Policiais da 14ª DP e agentes do Ibama foram ao endereço ligado ao estudante picado por Naja para tentar capturar a serpente

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Segundo o zoo, trata-se de um indivíduo de alto risco. “É uma das espécies mais perigosas em relação à peçonha, e por não ter, até o momento, em território nacional, soro antiofídico. Ressaltamos ainda que, exceto ser extremamente necessário, nenhum manejo será feito com a serpente, visando a segurança tanto da equipe quanto do animal”, destacou o zoológico por meio de nota.

Soro dos EUA

Na tentativa de salvar a vida do universitário de 22 anos picado pela  Naja kaouthia na terça-feira (7/7), a família do jovem importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. O medicamento deve chegar a Brasília nesta quinta (9/7).

A busca pelo soro – tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente – mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível.

No entanto, na avaliação de alguns especialistas, a quantidade não seria suficiente, o que levou familiares de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul a acionarem médicos americanos em busca do antídoto.

O animal integra a lista das serpentes mais venenosas do mundo. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal.

O Metrópoles apurou que Pedro foi levado ao hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.

Nessa quarta-feira (8/7), ele começou a passar por processos de hemodiálise. Ocasionalmente, o veneno ofídico tende a prejudicar a função renal. O estudante apresentou melhora em seu quadro clínico, mas permanece internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama.

Busca pela serpente

Policiais civis e agentes do Ibama realizaram buscas em endereços ligados ao universitário, na tentativa de localizar e apreender a serpente. Em um prédio no Guará, gaiolas onde ficam camundongos usados na alimentação da cobra foram encontradas. A movimentação assustou moradores que ficaram aflitos com a possibilidade de a Naja ter desaparecido do apartamento vistoriado.

O animal exótico, no entanto, foi encontrado no fim da tarde, dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Pier 21, no Setor de Clubes Sul.

Veja imagens da Naja após a apreensão pelo Batalhão de Polícia Ambiental do DF:

De acordo com o comandante do BPMA, major Elias Costa, o animal é muito agressivo, mas estava tranquilo no momento da captura, saudável e aparentemente era bem cuidado.

A Polícia Militar informou que, após muita conversa com pessoas ligadas ao estudante Pedro Henrique, um amigo do universitário indicou o local onde o animal teria sido deixado. Assim, foi possível localizar a serpente e capturá-la.

 

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