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Hospital público do DF ganha “prontuário afetivo”. Veja como funciona

Objetivo é humanizar o atendimento, registrando detalhes como apelido e preferência musical dos pacientes internados

atualizado

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Com o objetivo de humanizar o atendimento, o Prontuário Afetivo do Hospital Cidade do Sol (HSol) vem encantando os pacientes com o objetivo de realizar o estreitamento de laços entre profissionais, pacientes e familiares registrando detalhes de pacientes como apelido e preferência musical, para que a pessoa atendida não seja vista apenas por sua patologia, mas pelos aspectos que o definem como pessoa.
1 de 1 Com o objetivo de humanizar o atendimento, o Prontuário Afetivo do Hospital Cidade do Sol (HSol) vem encantando os pacientes com o objetivo de realizar o estreitamento de laços entre profissionais, pacientes e familiares registrando detalhes de pacientes como apelido e preferência musical, para que a pessoa atendida não seja vista apenas por sua patologia, mas pelos aspectos que o definem como pessoa. - Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

Com o objetivo de humanizar o atendimento, o Prontuário Afetivo do Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia, vem encantando os pacientes com o objetivo de realizar o estreitamento de laços entre profissionais, pacientes e familiares registrando detalhes de pacientes como apelido e preferência musical, para que a pessoa atendida não seja vista apenas por sua patologia, mas pelos aspectos que o definem como pessoa.

Iniciado em fevereiro deste ano, o Prontuário Afetivo foi implementado no HSol pela Gerência Geral de Humanização e Experiência do Paciente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

De acordo com a gerente geral de Humanização, Anucha Soares, o projeto também tem o objetivo de criar vínculos afetivos entre profissionais, pacientes e familiares. “O Prontuário Afetivo é importante porque nos mostra a individualidade e reforça a necessidade do atendimento personalizado. Essa troca com a equipe gera momentos de descontração e carinho com nosso paciente”, disse Anucha.

Internada no Hospital Cidade do Sol (HSol) há nove dias após sofrer de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Judite de Souza, 61 anos, diz que já se sente melhor no hospital e conta que está se preparando para ser liberada pela equipe multidisciplinar para receber alta. “As pessoas aqui me trataram como se eu fosse uma princesa”, disse.

Na parede próxima ao seu leito, o prontuário médico contém sua identificação, detalhes da condição clínica e recomendações médicas, e, mais ao lado, um outro tipo de prontuário chama a atenção por ter informações mais pessoais como “apelido pelo qual gosta de ser chamada” e “preferência musical”.

“Eu gosto de ser chamada de Juju. A equipe é muito boa porque eles conversam com a gente e entendem o que a gente está passando”, ressaltou a paciente sobre  o apelido carinhoso registrado pelas auxiliares de humanização do Projeto Humanizar em seu prontuário.

Judite se emocionou ao falar quem são as pessoas mais importantes de sua vida, principalmente ao lembrar da filha, já falecida, do marido, do filho e dos dois netos. Essas informações também constam no Prontuário Afetivo, junto com o que ela gosta de fazer nas horas vagas. “Sou aposentada e gosto de fazer crochê”, finalizou.

Mas apesar do Prontuário Afetivo ser bem aceito pela maioria, alguns pacientes ainda sentem receio sobre a forma de atendimento, como explica a auxiliar de humanização do HSol, Cláudia Ferreira. “Alguns ainda não querem responder porque acham que vão ficar com sua intimidade exposta. Aí explicamos que o prontuário é só para saber coisas simples como sonhos da vida, estilo musical favorito e o que gosta de fazer nas horas de lazer. Depois dessa conversa a gente consegue convencer eles a preencher. E dá muito certo”, conta.

“O nosso trabalho envolve escutar os pacientes. Há momentos em que eles pegam a gente para conversar e servimos como um ombro amigo, uma forma de desabafar. Eles reclamam da vida, nos contam as alegrias e tristezas. Já passei mais de uma hora e meia conversando com apenas um paciente”, lembra a auxiliar de Humanização Claudia Ferreira. “A gente vê que eles ficam bem felizes ao ver o prontuário preenchido colado na parede. Alguns até pedem para levar para casa quando recebem alta. Querem colocar em uma moldura”, disse.

Claudia reforça a necessidade de receber o paciente de braços abertos sempre. “Se o paciente já chega no hospital doente, debilitado, e você o recebe de cara feia e amarrada, com grosseria, o que ele vai pensar? Então a gente tem que acolher o paciente com empatia, com amor e alegria e ter muita paciência com ele”, finaliza Claudia.

Maria Sandra Oliveira, paciente que está internada há quatro dias no HSol por complicações cardíacas conta que está animada pela atenção recebida e conta um pouco da sua história e do apelido recebido. “Eu gosto muito de dançar forró! E de fazer crochê. O pessoal costuma me chamar de Pitchulinha”, disse bem humorada.

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A gerente de Humanização e Experiência do Paciente, Stephanie Sakayo, afirma que esse interesse aprofundado na história pessoal do paciente, indo além das suas patologias e necessidades físicas, no tratamento e na sua cura, reforça o encantamento dos pacientes e familiares. “Esse é um cuidado diferenciado oferecido por nossa instituição”, explica Stephanie.

De acordo com a analista de Experiência do Paciente do IgesDF, Rainayra Rizzia, há a intenção de estender a implementação do Prontuário Afetivo em outras unidades geridas pelo Instituto. “Estamos analisando a melhor maneira para realizar isso, pois ainda dependemos de suporte pessoal para a implementação”, finaliza Rainayra.

Com informações do IgesDF.

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