Hospitais ficarão sem limpeza e sem segurança por falta de pagamento
Cerca de 2,2 mil vigilantes do DF estão com salários atrasados. As empresas responsáveis pelo serviço afirmam não ter recebido o repasse de verbas do Governo do Distrito Federal. Os empregados da limpeza optaram pela greve nesta segunda-feira (11/7)
atualizado
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Enquanto os servidores públicos do DF articulam para outubro uma onda de greves caso não recebam o reajuste prometido pelo Executivo, os trabalhadores terceirizados que prestam serviços ao governo local decidiram cruzar os braços. Os 2,5 mil auxiliares de serviços gerais na limpeza e conservação dos hospitais, postos de saúde e escolas públicas do Distrito Federal iniciaram paralisação nesta segunda-feira (11/7) e os vigilantes das unidades de saúde ameaçam parar na quarta-feira (13/7).
Com salários atrasados, os 2,2 mil trabalhadores que fazem a segurança dos hospitais regionais de Brazlândia, de Ceilândia, de Taguatinga, de Samambaia, do Gama, do Guará, de Santa Maria, além do Hospital Materno Infantil e de todas as unidades de pronto-atendimento do DF (UPAS), devem suspender o expediente a partir de quarta. Os vencimentos deveriam ter sido depositados na conta dos vigias em 6 de julho, última quarta-feira, mas o repasse não ocorreu.
Os vigilantes são vinculados às empresas Brasília Segurança e Ipanema. Elas alegam que o Governo do Distrito Federal não fez o depósito para a realização dos pagamentos. “Se os salários não forem pagos, entraremos em greve. Os vigilantes são responsáveis por controlar a entrada e a saída dos hospitais; por zelar pelo patrimônio e integridade física das pessoas, mas sem pagamento não dá”, afirmou o diretor do Sindicato dos Vigilantes Gilmar Rodrigues.
A entidade encaminhou um ofício à Superintendência Regional de Trabalho e Emprego avisando sobre a situação e a possibilidade de greve. Assim, cumpre uma exigência legal de informar, com 72 horas de antecedência, a intenção de paralisar os serviços.
Depois que a matéria foi publicada, a Secretaria de Saúde informou que “desde a última semana tem dialogado com as empresas prestadoras dos serviços de vigilância e limpeza no sentido de evitar a interrupção das atividades. Para honrar com seus compromissos, foi descontingenciado R$ 11 milhões e se aguarda mais R$ 22 milhões que serão destinados ao pagamento dos valores referentes às notas de dois meses de serviço”, diz o documento.
Sem limpeza
O atraso nos salários e no vale-transporte do mês de junho foi o que motivou a paralisação dos serviços de limpeza e conservação em hospitais, postos de saúde e escolas públicas do Distrito Federal. Todos são empregados das empresas Apecê, Juiz de Fora, Dinâmica, Servegel e Ipanema, contratadas pelo GDF, e iniciaram greve na manhã desta segunda (11). Caso os vencimentos e benefícios não sejam quitados até terça-feira (12), o Sindiserviços-DF, entidade que representa os trabalhadores terceirizados no DF, promete fazer um protesto na Praça do Buriti pela manhã.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o serviço de limpeza permanece sendo executado com efetivo mínimo nas unidades de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Guará e no Hospital Materno Infantil de Brasília.