Hospitais e escolas do DF podem ficar sem funcionários da limpeza
Segundo Sindiserviços, os pagamentos estão atrasados há quase dois meses. Se a situação não for resolvida, a categoria entrará em greve
atualizado
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Esta será uma semana decisiva para os terceirizados que trabalham em escolas e unidades de saúde do Distrito Federal. Segundo informações do Sindiserviços-DF, que representa a categoria, desde janeiro os trabalhadores enfrentam problemas para receber seus salários. Agora, os terceirizados da educação estão com pagamentos atrasados há quase dois meses. Caso os valores devidos não sejam depositados, eles ameaçam entrar em greve.
De acordo com o diretor de Comunicação e Imprensa do Sindiserviços, Antônio de Pádua, os funcionários da educação aguardarão o pagamento ser regularizado até o quinto dia útil deste mês, ou seja, sexta-feira (7/7). Depois disso, prometem radicalizar.
Segundo ele, cerca de 300 funcionários terceirizados da limpeza de escolas públicas já estão parados há 15 dias. Eles são contratados pela empresa Real JG Serviços e atuam em colégios da Asa Norte, Asa Sul, além do Guará, Planaltina, Paranoá, São Sebastião, Sobradinho e Brazlândia.Estamos acreditando que os salários serão depositados para que não seja necessária a paralisação. Caso não resolvam, toda a categoria vai aderir à greve no início da próxima semana. Hospitais e escolas de todo o DF vão ficar sem limpeza
Antônio de Pádua, diretor do Sindiserviços-DF
À reportagem, o fiscal de pessoal da JG, Ricardo Yamamoto, explicou que a empresa está há quatro meses sem receber o pagamento devido pela Secretaria de Educação. A JG conta com 800 funcionários que prestam serviços em todo o DF.
Conseguimos pagar uma das faturas atrasadas na noite desta segunda (3/7), mas não temos como pagar as outras. Já são quatro meses sem receber. Quase R$ 8 milhões em dívidas
Ricardo Yamamoto, fiscal de pessoal da Real JG Serviços
Com o risco iminente de não receber o pagamento devido, os terceirizados da limpeza dos hospitais, postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de todo o Distrito Federal afirmaram que também vão aderir à greve.
O outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que não vai comentar a possível greve e reconheceu que há débito em aberto referente ao serviço de limpeza. Conforme as informações, a pasta está analisando a fatura do mês de maio e, tão logo esse trabalho seja finalizado, o pagamento, no total de R$ 14 milhões, será feito.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que, por contrato, a pasta tem prazo de 90 dias para quitar os débitos com as empresas terceirizadas. “Neste sentido, o pagamento dos terceirizados às empresas contratadas está em dia”, ressaltou a pasta em nota encaminhada ao Metrópoles.
“Cabe destacar que compete às empresas garantir o repasse dos salários e demais encargos trabalhistas, bem como discutir as paralisações com os funcionários. O repasse mensal feito aos terceirizados é de aproximadamente R$ 38 milhões”, acrescentou o texto.