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Homens armados com foice e facão invadem terreiro no DF

Durante ataque, ocorrido no Sol Nascente, em Ceilândia, grupo gritava que local não era lugar de “macumbeiros”

atualizado

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1 de 1 t1 - Foto: ARQUIVO PESSOAL

A Polícia Civil investiga um ataque que ocorreu a um terreiro localizado no assentamento Santarém, no Trecho 3 do Sol Nascente, em Ceilândia. De acordo com as vítimas, o lugar foi invadido por oito homens perto das 7h desta quarta-feira (1ª/05/2019). Eles estavam armados com foice e facão.

Durante a investida, o grupo gritava que o espaço não era lugar de “macumbeiros” e que eles teriam de sair com “as próprias pernas”, contou a advogada dos religiosos, Patrícia Zapponi. A ocorrência foi registrada na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) como esbulho possessório — quando alguém perde a posse de um bem em razão da ação de outra pessoa — e intolerância religiosa.

Os criminosos foram identificados e conduzidos à delegacia. No momento da invasão, estavam no templo religioso a zeladora Lindinalva Santiago, seus sete filhos pequenos, Maria dos Santos, de 79 anos, e o pai de santo Willian Francisco. Todos pertencem ao terreiro Ile Axé Ode Ibualama.

“Moro lá há seis anos e esta é a terceira vez que somos atacados. Estava dormindo e acordei com o barulho. Ficamos em pânico. As crianças ficaram apavoradas. Só restou indignação e medo”, relatou Lindinalva da Silva santiago, 35 anos.

As testemunhas contam que os invasores romperam a cerca do lote. “Essas pessoas querem a desocupação da terra. Há mais de seis anos estamos lutando contra o preconceito até mesmo de agentes públicos para conseguir a regularização do local. O terreiro foi inaugurado em 2013, antes de as habitações irregulares serem erguidas na região”, destacou a advogada Patrícia Zapponi.

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Ao Metrópoles, pai Willian Francisco disse que saiu correndo para chamar a Polícia Militar e, quando voltou, os invasores já estavam montando barracas no lote.

“Eu tirei a minha mãe da casa enquanto a Lindinalva ficou trancada no quarto. Foi um terror. Eles nos xingavam, diziam que teríamos que sair de lá com nossas próprias pernas. A nossa casa é uma dos mais antigas do Sol Nascente. Recebemos cerca de 80 pessoas por semana”, disse.

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