Homem tenta invadir chácara e caseiro reage a tiros; polícia apura se era Lázaro
O fato ocorreu na noite desta terça-feira (22/6). O Metrópoles apurou que o suspeito tentou arrombar a porta da casa
atualizado
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Um caseiro efetuou disparos contra um homem que tentou invadir uma chácara em Girassol, no sentido Edilândia. Os dois municípios goianos ficam no Entorno do DF. O fato ocorreu na noite desta terça-feira (22/6). O Metrópoles apurou que o suspeito tentou arrombar a porta da casa, mas acabou contido pelo trabalhador, que estava armado. O criminoso revidou.
Uma equipe de policiais que fazia patrulhamento nas proximidades foi abordada pelo dono da propriedade rural e se dirigiu até o local, mas o bandido já tinha desaparecido na mata. Até o momento, não há confirmação se o invasor é Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos. O caseiro não se feriu na troca de tiros e não soube dizer se o meliante foi atingido. Ele contou que não teve contato visual direto com o suspeito e teria visto apenas “um vulto”.
No último 10, uma propriedade rural na mesma região foi invadida pelo autor da chacina no DF. Na ocasião, ele roubou peças de queijo, latas de alimentos em conserva, pacotes de biscoito, bandejas de frios e latas de doce de leite.
Ele ainda obrigou a dona da casa, Silvia Campos, 40 anos, a cozinhar. “Ele estava com fome e mandou que fizesse algo para comer. A todo momento falava para eu não tentar nenhuma gracinha nem fugir, como a outra mulher fez”, contou. A vítima percebeu que Lázaro pegou uma mochila, um facão e começou a separar mantimentos.
Rendição
Nesta terça, pessoas ligadas a Lázaro Barbosa entraram em contato com um advogado criminalista do Distrito Federal para tentar intermediar a rendição do foragido à Polícia Civil do DF (PCDF).
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o criminalista assegurou que foi abordado por um grupo religioso que estaria auxiliando Lázaro. “Me especularam se eu tinha condições de garantir a integridade física dele”, afirmou o defensor, que pediu para não ser identificado. O advogado não ficou com o caso
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás disse que não chegou informação no sentido da rendição de Lázaro. “Caso o fugitivo realmente esteja sendo representado por algum advogado e haja esse interesse, é solicitado que a força-tarefa seja procurada”, destaca.
Força-tarefa
O cerco ao autor da chacina que aterrorizou moradores da região do Incra 9, em Ceilândia, e de Cocalzinho (GO) dura 14 dias. No período, Lázaro trocou tiros duas vezes com a polícia e também com um caseiro de uma chácara em Areia Branca.
Nesse tempo, participaram da força-tarefa policiais federais de Goiás e do Distrito Federal. Na BR-070, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) seguiu com os bloqueios e as revistas de veículos.
O funcionário da chácara teria atirado mais de oito vezes contra Lázaro, que conseguiu fugir. Não se sabe se ele foi atingido. Um grande efetivo policial foi deslocado para a região, apertando o cerco contra o foragido.
O Metrópoles apurou que Lázaro teria pedido comida, e o caseiro não quis dar. Ele, então, efetuou disparos contra a janela da chácara, e o funcionário revidou. O caseiro não ficou ferido.
Chacina
Lázaro é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O crime ocorreu na madrugada de 8 de junho, no Incra 9, em Ceilândia.
O corpo de Cleonice foi encontrado dias depois, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com um corte nas nádegas, em uma zona de mata perto da BR-070.
Veja fotos das operações em Goiás:
Veja a cronologia do crime:
Desde que matou a família Vidal, Lázaro escapou do cerco policial e invadiu propriedades, fazendo novas vítimas. Ainda no Incra 9, em Ceilândia, ele entrou em outras duas propriedades. Obrigou os chacareiros a cozinhar para ele e, até, fumar maconha. Sempre agressivo, chegou a roubar e incendiar um carro, próximo a Cocalzinho.
No sábado (12/6), ele invadiu a fazenda da família de um soldado do 8⁰ BPM, próximo à Lagoa Samuel. Ele fez o caseiro refém, quebrou tudo, bebeu e fumou maconha. Também obrigou o funcionário a consumir a droga.
Segundo a corporação, o soldado chegou à propriedade, no início da noite, foi até a cancela e, provavelmente, ao abri-la, o homem fugiu, levando o caseiro como refém.
O criminoso seguiu para a fazenda ao lado, a cerca de 700m, e baleou três homens. Havia no local uma mulher e uma criança. Testemunhas informaram que o suspeito da chacina colocaria fogo na casa e não o fez por causa das vítimas.