Homem resgatado em cativeiro na Asa Norte conduzia carro diplomático
Vítima dirigia carro de embaixada, quando teria sido rendida e ameaçada por moradores de invasão na Asa Norte. Duas pessoas acabaram presas
atualizado
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O homem mantido em cativeiro por três dias, em uma invasão na 910 Norte, contou à polícia que havia ido ao local para comprar maconha, no sábado (20/5). Na ocasião, ele conduzia um veículo com placa do Corpo Diplomático de uma embaixada, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A corporação não detalhou de qual representação nacional seria o veículo.
A vítima, que mora na Asa Norte, acabou rendida por moradores da invasão e ameaçada de morte caso tentasse fugir. As buscas pelo desaparecido começaram na segunda-feira (22/5), depois que PMs flagraram dois homens em situação de rua dirigindo um veículo com placa diplomática — um Volkswagen Nivus cinza —, com registro de roubo ou furto.
Na hora do flagrante da PMDF, a dupla de suspeitos estacionava o automóvel, que pertencia à namorada da vítima, ao lado da invasão e retirava uma bicicleta do porta-malas.
“Quando eles [os suspeitos] desembarcaram, verificamos serem dois moradores de rua. Houve a abordagem, e perguntamos sobre o dono do veículo, mas eles não souberam informar. Fomos ao referido barraco, onde deixaram a bicicleta, e encontramos um casal que dizia ser dono dela”, detalhou a terceiro-sargento Renata Santos, da PMDF.
Os quatro suspeitos foram levados para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), onde se constatou que o motorista do veículo com placa de Corpo Diplomático estava desaparecido. “Fizemos uma varredura nos barracos e o encontramos no local, bastante alterado e assustado. Não sabemos se estava traumatizado ou tinha usado algum entorpecente”, acrescentou Renata Santos.
Aos policiais, a vítima relatou que era mantida na invasão contra a própria vontade. “Ele disse que, se não fosse a gente [da polícia], ele teria ficado lá por mais tempo. Que o pessoal [da invasão] estava a todo tempo falando que, se ele fugisse, acabaria com ele, desmontaria o carro e daria um fim nele”, afirmou a terceiro-sargento.
A vítima contou que era usuária de drogas, estava em remissão, mas teve uma recaída. Por isso, teria ido à invasão. “Os suspeitos falaram que conheceram ele [a vítima] no local, que [todos] estavam curtindo juntos e negaram que o mantivessem em cativeiro”, completou Renata.
Nesse tempo, o refém tentou fugir, mas teria sido ameaçado com uso de um cachorro, o que resultou em uma mordida na perna da vítima. O homem desaparecido não estava amarrado, segundo os policiais, mas era vigiado.
Dos suspeitos que levados à delegacia, dois foram presos, por receptação. Contudo, a vítima não os identificou como as pessoas que o tinham rendido.