Homem que vazou vídeo íntimo tem 2 passagens por violência doméstica
Rafael Portilho tem passagens por violência contra ex-companheiras. Uma delas, uma semana antes de se relacionar com a jovem que o denunciou
atualizado
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O vendedor de carros Rafael Portilho Xavier (foto em destaque), 40 anos, preso por divulgar fotos e um vídeo íntimo da mulher com quem se relacionou, em Planaltina (GO), no Entorno do Distrito Federal, tem passagens por violência doméstica, no âmbito da Lei Maria da Penha, contra duas ex-companheiras.
Segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), um do casos é de 2016. O outro, do fim de maio, uma semana antes de divulgar a relação sexual com a jovem que o denunciou.
Veja fotos do autor das gravações e o desabafo da vítima:
Morador de Planaltina (GO), onde é sobrinho e irmão de ex-políticos da cidade, Rafael acabou preso na noite dessa quinta-feira (9/6), em Salvador (BA). Na capital baiana, o homem ostentava a fuga.
Segundo apurado pela reportagem, o suspeito estava descrente de que a situação fosse terminar em prisão e enviou o vídeo abaixo para uma amiga da vítima, no intuito de convencê-las a irem ao seu encontro.
Assista à gravação:
O caso
“Acabaram com a minha vida. Não consigo trabalhar e sair na rua”. Assim, a auxiliar administrativa Thalyssa Oliveira Araújo, 26 anos, define o que tem sido as últimas semanas após ter vídeos íntimos vazados nas redes sociais.
O suspeito é sobrinho do ex-prefeito de Planaltina Ronaldo Portilho e irmão de um ex-vereador da cidade. Após as denúncias, Rafael teria se mudado para a Bahia
Ao Metrópoles a vítima contou que conhecia o homem apenas de vista. “Nunca tinha passado de um ‘oi, tudo bem?”. No último dia 31, aproveitando o fim das férias, Thalyssa decidiu ir a um bar da cidade com amigos. No local, acabou encontrando por acaso com o investigado.
Em rápida conversa, eles combinaram de continuar bebendo. Foi, então, que ambos decidiram ir para casa de uma amiga da vítima. “Continuamos bebendo e extrapolei. Até então, eu queria ficar com ele e fui no carro dele até a casa da minha amiga. Tudo isso com o meu consentimento”, explicou.
Após um tempo, os dois decidiram ir para um hotel. “Ele disse que estava recém-separado, morando em hotel e me convidou”. No local, o casal manteve relação sexual. No entanto, durante o ato, Rafael teria realizado a gravação de forma criminosa e sem consentimento de Thalyssa. “Eu estava muito embriagada, e não consegui ver a gravação. Ele gravou e não fiquei sabendo”.
No outro dia, os dois continuaram juntos na casa de amigos, quando chegou a notícia de que um vídeo estava circulando. “Ele ali comigo ainda falou assim: ‘Deixa eu te falar uma coisa: parece que está rolando um vídeo nosso na cidade’. Na hora, entrei em desespero”, diz.
A gravação logo se espalhou pelas redes sociais. “Ele falou para o meu irmão que foi enviar um documento para uma pessoa e acabou enviando o vídeo sem querer”, complementa.
Confira a repercussão em grupos:
Tentativa de suicídio
Abalada com a exposição, a vítima conta ter tentado o suicídio. “Na sexta-feira, quando deu 11h, eu peguei três caixas de remédio controlado para dormir, tarja preta, e tomei”, revela. Dentro de 10 minutos, a jovem apagou. Thalyssa acordou apenas no domingo (5/6), às 13h, no hospital.
“Pessoas de todos os lugares que não me conhecem estão acabando comigo, falando que eu era amante de um homem casado, me chamando de garota de programa e muitas outras coisas”, lamenta.
“Acabaram com a minha vida. Não param de infernizar minha família com contas fakes mandando os vídeos. Todo mundo está passando mal pelo abalo emocional. Não consigo trabalhar e sair”, finaliza.
Crime
Rafael Portilho pode ser indiciado com base no Artigo nº 218 do Código Penal, que dispõe sobre “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.
A pena corresponde a reclusão de 1 a 5 anos. Segundo a lei, o caso pode sofrer aumento de pena de um a dois terços se o delito for praticado por “agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação”.
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