Homem que matou mulher no DF e dormiu ao lado do corpo é condenado
Alexon Bezerra foi condenado por feminicídio. Ele assassinou a esposa a facadas e dormiu ao lado dela. Serão 23 anos e 3 meses de reclusão
atualizado
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Acusado de assassinar a companheira, Arlete Campos Oliveira, com uma facada no abdômen e dormir ao lado do corpo da mulher, Alexon Bezerra Rocha, 33 anos, foi condenado, nesta quinta-feira (11/2), a 23 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado. O crime ocorreu em 5 de novembro de 2018.
Os jurados acataram a teste da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri do Recanto das Emas e consideraram o réu culpado por feminicídio e a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. O juiz determinou o cumprimento imediato da pena e negou o direito de recorrer em liberdade.
Alexon foi preso pela Polícia Militar, em 5 de novembro de 2018, acusado de matar a companheira na Quadra 803 do Recanto das Emas. A vítima Arlete Campos de Oliveira, 49 anos, sofreu uma facada no abdômen. O algoz a acertou e dormiu ao lado do corpo.
Pela manhã, o suspeito avisou a filha da mulher, com 12 anos à época, que a companheira e mãe dela estava morta. “Eles foram em um forró à noite. Por volta das 2h, marido e mulher discutiram. Testemunhas contaram que os gritos só cessaram na madrugada”, ressaltou o delegado que investigou o assassinado em 2018.
Alexon foi quem ligou para a Polícia Militar na manhã do dia 5 para falar da morte. De acordo com a sargento da PM Rosana Assis, que efetuou a prisão, o acusado acionou a corporação para ir até o local. “Chegando lá, constatamos que o ambiente do crime não condizia com o que ele falava. Alexon dizia que a mulher teria se matado.”
O homem acabou detido e foi encaminhando para a 27ª DP. Mais tarde, durante varredura, a arma do crime, uma peixeira, foi encontrada debaixo do armário, suja de sangue e enrolada em uma camiseta. Alexon, no entanto, nega a acusação.
Agressões
Segundo a Polícia Civil, Arlete já havia denunciado o marido por agressões. Em 2018, o condenado chegou a ser preso e enquadrado na Lei Maria da Penha. Porém, acabou liberado após passar por audiência de custódia.
Na delegacia, Alexon falou com jornalistas. “Fomos a uma festa na noite anterior. Bebi cachaça só, não usei droga”, disse. O suspeito negou o crime. “De manhã, fui até a filha dela e falei: ‘Acorda, me abraça que tua mãe tá morta’”, contou.
Questionado sobre as denúncias de moradores da quadra, sobre a discussão na madrugada, o homem respondeu: “Vizinho é tudo bicudo”. Alexon, contudo, admitiu que “brigava demais” com a mulher.
Provas
Para condenar Alexon, o júri contou com diversas provas no processo. A perícia encontrou arranhões nos braços de Alexon e verificou que a vítima tinha lesões de defesa nos dedos.
A arma do crime pertencia ao réu e foi achado sangue no casaco usado por ele no dia do crime.
De acordo com a sentença isso “evidencia ser pessoa que mantém tendência à prática de delitos relacionados ao gênero, colocando a sociedade refém de elevadíssimos índices de criminalidade, vítima de um verdadeiro terrorismo criminal”.