Homem que matou mulher com 57 facadas é condenado a 17 anos de prisão
Drielle Ribeiro da Silva, 34 anos, morreu assassinada em 6 de dezembro de 2021 na QR 206, em Samambaia Norte
atualizado
Compartilhar notícia
O Tribunal do Júri de Samambaia condenou Juvenilton Aquino da Costa a 17 anos, 2 meses e 8 dias de prisão pelo feminicídio praticado contra Drielle Ribeiro da Silva, 34. O crime ocorreu em 6 de dezembro de 2021. Juvenilton deverá cumprir a pena em regime inicialmente fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
A condenação ocorreu na última sexta-feira (26/8). O júri popular, em decisão soberana, reconheceu a materialidade e autoria do fato, condenou o réu e reconheceu as qualificadoras do crime por ter sido cometido contra mulher, por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ao atribuir a pena, a juíza presidente do Júri ressaltou que “não se pode atribuir ao comportamento da vítima, sem nenhuma prova oral segura, muito menos técnica, um padrão de conduta abusiva prévio e dissociado da própria situação de violência em que estava inserida e de um comportamento abusivo instigador do réu”.
A magistrada também lembrou as consequências do crime, que deixou órfão o filho da vítima, de 7 anos. Segunda a juíza, “a subtração precoce do convívio da criança com a mãe, como no caso, significa privá-la do afeto, cuidados e assistência tão essenciais na especial fase de desenvolvimento psicológico que é a infância”.
Relacionamento
Drielle era vítima de perseguições do ex-companheiro Juvenilton. Segundo apurado pela reportagem, na primeira ocorrência, de pelo menos 10 registradas contra o agressor, Drielle teve a moto queimada pelo réu. O caso ocorreu em 30 de dezembro de 2018, por volta das 13h40, na feira de Samambaia. Ele estava bastante alcoolizado e, assim que viu a mulher, começou a xingá-la.
Como defesa, Drielle jogou cerveja no rosto de Juvenilton, que correu atrás da ex-companheira com duas garrafas na mão e arremessou uma delas na direção da mulher, mas não a acertou.
Amparada por populares, Drielle foi levada para uma banca de roupas. Mesmo assim, o agressor continuou com os insultos: “Vou te matar, desgraçada”. Em seguida, pegou duas facas e tentou golpeá-la, mas não conseguiu, pois acabou contido.
Ao falhar na tentativa de feminicídio, Juvenilton arrastou a moto de Drielle pelo estacionamento da feira e ateou fogo. Após o fato, a vítima requereu novas medidas protetivas contra o agressor.
Tentativa de atropelamento
Em outra ocorrência, de abril de 2020, Juvenilton tentou agredir Drielle, que caminhava na direção do portão da casa onde morava o irmão. Ao ser impedido pelo pai da vítima, o criminoso aguardou alguns minutos, entrou no carro dele e, ao partir, tentou atropelar Drielle, jogando o veículo na direção dela. Ele não conseguiu atingi-la.
Policiais civis da 26ª DP (Samambaia) foram informados sobre a morte de Drielle por volta das 8h de 6 de dezembro de 2021. O corpo estava ao lado da linha do metrô e apresentava diversos ferimentos causados por arma branca.