Homem que matou ex com chave de fenda é condenado a 37 anos de prisão
Gedeon da Conceição já ameaçava a vítima meses antes de cometer o feminicídio, na frente da escola do filho
atualizado
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O feminicida que tirou a vida da ex-companheira com golpes de chave de fenda em frente à escola do filho do casal, em São Sebastião, foi condenado a 37 anos, 11 meses e 21 dias de prisão nesta quinta-feira (13/6). Gedeon da Conceição, 37 anos, deverá cumprir a pena em regime fechado.
O crime aconteceu em 3 de agosto de 2023, por volta das 7h. Testemunhas viram Gedeon se aproximar da vítima, a auxiliar de cozinha Deylilane Alves Santos Conceição, morta aos 34 anos, e iniciar uma discussão. Momentos depois, o autor puxou uma chave de fenda de dentro de uma pochete e atacou a mulher.
Deylilane tentou correr, mas Gedeon a puxou e a jogou no chão, de costas. As pessoas que viram o ataque disseram que a vítima foi “golpeada por todos os lados”. A mulher correu para dentro da escola e foi levada para uma unidade de pronto-atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.
Gedeon foi preso em flagrante e levado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), onde foi autuado por feminicídio. Ele tornou-se réu em 14 de agosto do ano passado e aguardou preso até a condenação.
Em depoimento à época, Gedeon admitiu que tentou matar Deylilane um dia antes. Ele confessou ter “afiado” a chave de fenda usada no crime antes de aguardar a ex-companheira sair de uma academia, um dia antes do crime, mas não encontrou a mulher. Meses antes, ele ameaçava a vítima em áudios com frases como “vou arrancar sua cabeça” e “enquanto eu não te vir dentro de um caixão, não vou sossegar”.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) aponta que o crime foi praticado por motivo torpe, com emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Gedeon e Deylilane viveram juntos por cerca de 15 anos. À época do crime, a mulher tinha medida protetiva de urgência contra o autor.