Homem que matou ex a facadas no DF estava “transtornado de cocaína”
Ian de Jesus Oliveira, 26 anos, matou a facadas a ex-namorada Daíra dos Santos Rodrigues, aos 23 anos, no último domingo (25/8), no Itapoã
atualizado
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Ian de Jesus Oliveira (foto em destaque), 26 anos, confessou ter matado a facadas a ex-namorada Daíra dos Santos Rodrigues, aos 23 anos, em um condomínio no Itapoã. O homem foi preso em flagrante na segunda-feira (26/8), escondido em um hotel de Formosa (GO), Entorno do Distrito Federal.
Em depoimento à polícia, o autor assumiu a autoria do feminicídio, e relatou que, na data do ocorrido, havia consumido uma grande quantidade de drogas.
“Ele confessou tudo. Disse que, no momento do crime, estava totalmente transtornado pelo uso excessivo de cocaína. Quis alegar ter mágoas em razão de traições e problemas financeiros com a vítima”, comentou a delegada-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Íris Helena Rosa.
Ian passou por audiência de custódia na manhã dessa quarta-feira (28/8). O homem teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça do Distrito Federal.
O momento em que Ian chega à 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) foi registrado em vídeo. Mancando e de cabeça baixa, o suspeito foi retirado da viatura e conduzido para dentro da unidade policial. Um homem que estava no local manda que ele levante a cabeça, já que, segundo ele, na hora de cometer o crime o rapaz teria tido coragem o suficiente.
Veja o momento da prisão:
Relacionamento marcado por agressões
Entre idas e vindas, vítima e autor mantiveram um relacionamento por nove meses. Daíra havia registrado ocorrência de lesão corporal contra o ex-companheiro 22 dias antes de ser morta por ele. Na ocasião, ela denunciou que foi agredida pelo homem e que teve um forte sangramento.
Daíra registrou um boletim de ocorrência da violência doméstica no mesmo dia, e teve medidas protetivas de urgência concedidas pela Justiça do Distrito Federal.
Porém, investigações conduzidas pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) revelaram que, após esse episódio de violência, a vítima teria sido espancada por Ian alguns dias depois.
“Nós tivemos conhecimento que, na sexta-feira anterior ao feminicídio, ela já havia apanhado do autor. No momento do óbito, inclusive, verificou-se que ela estava com uma grande mancha no rosto, fruto de ter sido espancada pelo autor. Conversando com familiares do casal, nós soubemos de várias outras brigas”, detalhou a delegada-chefe da 6ª DP.
De acordo com a delegada, apesar de terem rompido o namoro no início de agosto, Daíra e Ian ainda mantiveram contato. Eles chegaram a morar juntos durante o relacionamento, mas após o término, ela voltou a viver com a mãe.
“Percebemos que o relacionamento não tinha acabado ainda. Então, eles se comunicavam por meio da internet e continuaram se vendo, eram juras de amor, brigas e tapas, mas por fim ela disse que não queria mais. Nesse último sábado, eles tinham uma festa para irem juntos, mas ela falou que não iria, e ele foi sozinho. Ele a matou motivado por ciúmes, acreditando que ela estaria se relacionando com outras pessoas”, disse a delegada.
Feminicídio
Conforme apurado pela reportagem, um vizinho da vítima relatou que, por volta das 6h20, estava retornando para casa, quando avistou Ian na frente da residência da mãe de Daíra, no Itapoã.
De acordo com a testemunha, o autor aparentava ter voltado de uma festa, e disse que estava aguardando a ex aparecer na frente de casa.
O vizinho contou que tentou tirar o homem de cima da mulher, e que conseguiu aplicar nele um mata-leão. Ian, então, teria desmaiado.
No entanto, pouco tempo depois, o autor teria acordado e dito para o vizinho: “Me mata, irmão. Me mata”. Nesse momento, a testemunha contou que conseguiu pegar a faca utilizada por Ian e jogá-la para fora da casa. Em seguida, Ian fugiu.
O vizinho, então, conseguiu pegar Daíra no colo e a levou de carro para o Hospital Região Leste (Paranoá). A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos, e acabou morrendo no local.
O autor do crime possui um histórico criminal que inclui passagens por furto, infrações da Lei Maria da Penha e dirigir sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).