Homem que fazia orgia com a ex ameaça vazar vídeos “para se vingar”

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um homem que teria ameaçado divulgar imagens íntimas da ex-mulher para a filha de 18 anos e para conhecidos do ex-casal. Os dois viveram 13 anos de relação e nos últimos três que passaram juntos, tentaram “esquentar” o relacionamento, com festas e ménages. O homem teria fetiche em gravar a esposa em atos sexuais. Com o término do casamento, ele passou a ameaçar expor as cenas íntimas.

Os nomes não serão publicados para preservar a integridade da vítima. Ela contou, em entrevista ao Metrópoles, que, para evitar o divórcio, realizava as fantasias do marido. “Era comum ele falar que queria se separar, e eu fazia de tudo para manter o casamento. De tudo mesmo”. Até que um dia, o homem decidiu sair de casa. Em lares separados, os dois ainda ficaram em um vai-e-vem por cerca de um ano, quando ela encontrou uma outra pessoa e pôs um fim definitivo no antigo relacionamento.

“Foi aí que virou uma chavinha nele”, contou. Ele não aceitava o término e começou a agir como se a mulher ainda estivesse com ele. “Como se eu fosse propriedade dele”, acrescentou. Segundo a mulher, desde 2022, o ex-marido ficava ofendendo e manipulando a filha que ela teve no primeiro relacionamento. “Ele fica dizendo que vai mostrar quem a mãe dela é. E ele faz isso como se ele não estivesse lá, como se ele não tivesse pedido para ir e para gravar”.

Os dois têm juntos uma filha, de 7 anos. Desesperada, sem saber se ele divulgaria as imagens e se de alguma forma a informação chegaria às filhas, amigos e demais familiares, a vítima foi à Defensoria Pública do Distrito Federal e à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), na Asa Sul.

Relacionamento

“É muito difícil sair de um casamento, que já está estruturado, que tem toda uma vida”, contou. Os dois tinham um alto padrão de vida, com trocas frequentes de carro e viagens internacionais três vezes ao ano. “Ele me oferecia coisas boas e eu fui me encantando, fui me encantando”.

Quando os dois se conheceram, em 2010, a mulher estava saindo de um relacionamento em que seria vítima de violência doméstica. “Eu estava em condição fragilizada, não estava bem e tinha uma filha de 5  anos à época, e ele era super carinhoso com ela. Era o pai que eu queria para minha filha”, completou.

No início do último relacionamento, a mulher teria flagrado o marido a traindo. “A gente estava em uma festa na casa de amigos, e ele disse que ia na cozinha. Ele começou a demorar e quando fui ver estava atracado com outra mulher lá”, disse. “Ele me falou que ela tinha agarrado ele e eu acreditei e seguimos juntos”. Segundo a vítima, situações como essa se repetiram, o que a fazia ela se sentir cada vez mais insegura dentro do relacionamento.

“Eu demorei muito para sair de um relacionamento que já tinha acabado. Hoje dou esse depoimento para que outras mulheres saibam o que fazer”.

Crime

Desde 2018, é crime divulgar vídeos e fotos que contenham sena de sexo, nudez ou pornografia sem o consentimento de todas as partes envolvidas. De acordo com o artigo 218-C, do Código Penal, a pena pode ser de um a cinco anos de reclusão.

A punição pode ainda ser maior se constatar que o crime foi praticado por alguém que já teve relação íntima de afeto com a vítima e a divulgação dessas imagens tinham a finalidade de vingança ou humilhação. Nesses casos, a pena é aumentada de um a dois terços da sentença.