Homem que atropelou casal no Lago Sul tinha CNH suspensa pela Lei Seca
Motorista arrastou uma jovem por cerca de 4 km na madrugada de domingo (16/8)
atualizado
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Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, 32 anos (foto em destaque), estava com a carteira de habilitação suspensa e, com isso, impedido pelo Código de Trânsito Brasileiro de dirigir. Ele teve a CNH invalidada por embriaguez ao volante. A decisão foi publicada no Diário Oficial do DF em 2009.
O comissionado do Senado Federal atropelou um casal e arrastou uma jovem por cerca de quatro quilômetros na madrugada de domingo (16/8), no Lago Sul.
Mello já foi alvo de outros processos envolvendo infrações de trânsito, principalmente por Lei Seca e trafegar em velocidade superior à permitida nas vias do Distrito Federal. Na publicação feita no DODF, em 20 de março de 2009, consta que Caio teve o direito de dirigir suspenso por um ano com base no artigo 165 do CTB, que consiste em “dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência”.
A reportagem apurou que há dois processos de alcoolemia em nome dele. Uma infração ocorreu em setembro de 2008, às 2h15 da madrugada. Em 2010, ele voltou a ser flagrado alcoolizado 1h10 da madrugada. A carteira estava com bloqueio no sistema do Detran, o que significa que, se o motorista tivesse ficado no local do acidente ele poderia ter sido preso em flagrante.
DODF
Análise de câmeras
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda analisa imagens de câmeras de segurança de casas e condomínios ao longo da Estrada Parque Dom Bosco (EPDB) para saber se Caio estava em alta velocidade e participava de um racha quando atropelou um casal na altura da QI 19 do Lago Sul.
Segundo o delegado-chefe adjunto da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Bruno Dias, a investigação segue com análise das imagens e colheita de outras que poderão ser úteis para confirmar ou não a versão apresentada pelos ouvidos.
“Além disso, serão feitos exames periciais e temos de aguardar os laudos daqueles que já foram realizados. Ainda há muito a ser feito. Sobre eventual prisão, apenas ao final do procedimento haveria a possibilidade”, afirmou o policial.
Os responsáveis pelo caso farão o cálculo da velocidade do veículo baseado nas imagens que conseguirem. “Vamos ver quanto tempo ele demorou para ir de um ponto a outro, ir no local e fazer a medição da distância. Dessa forma, saberemos se ele estava em alta velocidade ou não”, acrescentou o delegado-chefe da 10ª DP, Wellington Barros.
Um exame toxicológico também foi pedido pelos investigadores para confirmar a versão de Caio de que ele não teria usado drogas. A defesa dele também pediu para que o teste de alcoolemia fosse feito, mesmo três dias depois do atropelamento.
Quem ainda falta ser ouvida é Paula Thays Gomes de Oliveira, 18 anos. Internada em estado grave, ela é considerada peça fundamental para explicar o que aconteceu. “Temos que esperar o momento em que ela esteja melhor para podermos ouvi-la e entender a questão de ela ter sido arrastada”, conta Wellington Barros.
Estado gravíssimo
Paula está internada no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e segue em estado gravíssimo segundo a última atualização do estado de saúde dela na manhã dessa terça-feira (18/8). Ela precisou amputar a mão esquerda e passou por uma mastectomia bilateral.
A vítima, arrastada por cerca de 4 quilômetros pelo veículo, teve múltiplas escoriações no tórax, coxa, joelho, mão e pé. Ela chegou ao hospital com alguns dedos dilacerados e múltiplas fraturas expostas. Precisou ser entubada.