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Homem morre após esperar quase uma hora por ambulância do Samu no DF

Vítima passou mal e teve morte confirmada em hospital. CBMDF não tinha ambulância para enviar, e Samu levou mais de 40 minutos para chegar

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Viatura do Samu - Metrópoles
1 de 1 Viatura do Samu - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Um homem morreu, na manhã desta quinta-feira (16/11), após esperar por ao menos 40 minutos pela chegada de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vítima, que não teve nome ou idade divulgados, havia sofrido um mal súbito e desmaiou em uma loja de construção no Itapoã.

Uma testemunha que trabalha na loja, como vendedora, contou que ligou para o 193 e recebeu a informação de que não havia carro do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) disponível no Itapoã nem no Paranoá para atender à vítima.

“Então, disseram que pediriam uma viatura do Samu para o local. Passados mais de 20 minutos, liguei no 192, e informaram que não havia qualquer acionamento para atendimento no endereço [onde estávamos], mas que mandariam um carro de Planaltina”, contou a testemunha, que não quis se identificar.

O homem estava acompanhado de um funcionário, que acionou a família dele. Após quase uma hora de espera e sem sinal de chegada do socorro, os parentes da vítima decidiram levá-la para o hospital por conta própria. “Como ele ainda estava respirando, eles [os familiares] foram buscar atendimento”, detalhou a vendedora.

O Samu só chegou ao local cerca de 20 minutos depois de o idoso ter sido socorrido pelos parentes, segundo a testemunha. Porém, no hospital, constataram que ele havia morrido.

“Fiquei triste pela família. Talvez ele tivesse 1% de chance [de sobreviver] se o socorro tivesse chegado antes. Nós tentamos, mas ninguém era socorrista ali. A questão é não ter uma viatura para auxiliar. O Itapoã, do tamanho que é, não tem. Os bombeiros que ainda vieram foram muito educados e disseram ter saído de Planaltina o mais rápido possível”, lamentou a vendedora.

Ao Metrópoles o CBMDF informou que os atendimentos clínicos recebidos por meio do telefone 193 são direcionados para a central 192, porque ela gerencia e regula atendimentos clínicos. Assim, a ocorrência ficou registrada no sistema do Samu.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que “o Samu tem o compromisso inegociável de atender a todas as solicitações com a máxima celeridade possível, priorizando a segurança e o bem-estar dos pacientes. Sobre o chamado recente ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na região do Paranoá, a viatura mais próxima estava em Planaltina e foi imediatamente despachada para o local do atendimento. O caso foi registrado como Gravidade Severa e tratado com a máxima urgência”.

“O tempo total do atendimento, desde o acionamento telefônico até a chegada da equipe ao local, foi de 43 minutos. Esse período foi impactado pela distância considerável entre as localidades e por algumas dificuldades enfrentadas durante o percurso. Ao chegar ao endereço designado, constatou-se que o paciente já havia sido removido por outros meios e a chamada foi encerrada”, finalizou a pasta. 

 

Sem médicos e equipamentos

O atendimento do Samu funciona da seguinte forma: o solicitante liga para o 192, e técnicos do serviço identificam a emergência, por telefone, coletando as primeiras informações necessárias sobre vítimas e localização. Em seguida, as chamadas são repassadas a um médico regulador, que presta orientações de socorro e aciona as ambulâncias para deslocamento, quando necessário.

Nos nove primeiros meses de 2023, o Samu deixou de atender a 132 chamados por dia, devido à falta de “meios” para prestar socorro. Os dados constam em relatório de atividades produzido pela SES-DF, como divulgado pelo Metrópoles em outubro.

Há dois meses, a reportagem revelou que nenhuma ambulância do Samu no DF tinha suporte de médico e que os próprios profissionais de saúde se preocupavam com a situação. O total de chamados não atendidos no período chegou a 36.066.

O mês em com mais situações do tipo foi setembro: de 25,7 mil acionamentos, 4,5 mil não foram atendidos.

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