Homem que espancou administradora ficou preso 15 anos por homicídio
Enquanto esteve preso, Rossini fugiu quatro vezes da Papuda. No último domingo, ele espancou a atual companheira, administradora regional
atualizado
Compartilhar notícia
Rossini Marian Pires Fragelli, 44 anos, é investigado por espancar a administradora regional de Água Quente, Lúcia Gomes, com pedaço de madeira. Mas essa não é a primeira vez que o homem está na mira da polícia. O homem ficou 15 anos preso por homicídio qualificado, roubo e porte ilegal de arma de fogo.
No último domingo (27/11), Rossini manteve a companheira em cárcere privado por seis horas e ameaçou cortar a cabeça da mulher. Em 2005, foi condenado a 25 anos de cadeia, mas teve redução de pena. O Metrópoles teve acesso ao processo de Rossini que tramitou na Justiça.
Ao longo da detenção no Complexo Penitenciário da Papuda, Rossini fugiu quatro vezes. Na primeira vez, conseguiu ficar quatro meses como foragido, de 30 de novembro de 2005 até 17 de março de 2006. Na segunda fuga, o homem ficou um mês fora da cadeia: de 1º de abril de 2013 até 1º de maio do mesmo ano.
Ainda em 2013, Rossini fugiu pela terceira vez: de 1ª de dezembro daquela ano até 1º de janeiro de 2014. A última foi o período mais longo, ocorrendo de 24 de agosto de 2018 até 15 de março de 2019.
Também no tempo que esteve na cadeia, Rossini foi flagrado com entorpecente dentro do presídio. Apesar do histórico, o homem conseguiu o direito a cumprir o regime semiaberto.
Ele também havia solicitado ter direito a prisão condicional em setembro do ano passado. Com o pedido, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se mostrou contrário ao livramento e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) negou o pedido. Ele ficou na cadeia até março deste ano.
Medida protetiva
Após as agressões, Rossini está proibido de se aproximar de Lúcia Gomes. O TJDFT concedeu a medida protetiva à Lúcia.
Pela decisão, Rossini tem que ficar a uma distância mínima de 300 metros da mulher. Como os dois moravam juntos, ele será obrigado a se afastar de casa imediatamente. A decisão é desta segunda-feira (27/11).
“Afastamento do lar, recinto ou local de convivência com a vítima, podendo o ofensor levar consigo apenas os bens de uso estritamente pessoal (vestuário, documentos, utensílios de trabalho), devendo informar ao Juízo natural da causa, no prazo de 48 horas, o novo endereço em que poderá ser encontrado”, destacou a decisão.
Rossini também está proibido de entrar em contato com a vítima por telefone ou redes sociais. Ele também não pode se aproximar da residência em que os dois moravam.
Os dois se conheciam há 16 anos, mas estavam em um relacionamento sério há 6 meses. Rossini é acusado de ter mantido a companheira refém por seis horas e ameaçado lhe cortar a cabeça. O caso é investigado pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte).
Imagens obtidas pelo Metrópoles revelam que Lúcia ficou com diversas manchas escuras nas pernas após sofrer as agressões com um pedaço de madeira. Veja:
O Metrópoles apurou que o agressor é ex-detento e estaria sob efeito de cocaína quando cometeu o crime. A violência ocorreu na casa onde os dois moravam, na região administrativa de Água Quente.
Rossini teria acusado Lúcia de ter um caso com um conhecido do casal. A vítima negou, mas o criminoso não acreditou e passou a agredi-la.
Antes de cometer as agressões, Rossini tomou o celular da vítima e a aumentou o volume de um aparelho de som para abafar os gritos da mulher.
Em seguida, usou uma ripa de telhado para agredi-la a cada vez que ela negava as acusações. Na sequência, o criminoso ameaçou decapitá-la caso procurasse ajuda.
Parada em padaria
Depois de ficar seis horas sob poder do companheiro, Lúcia conseguiu convencer o homem a ir com ela a uma igreja de Samambaia, por volta das 16h.
No caminho para o local, ela pediu a Rossini para parar em uma padaria para comprar pão. No estabelecimento, a mulher avistou uma equipe de policiais penais e, aproveitando um descuido do marido, aproximou-se dos agentes. Lá, informou que estava sendo vítima de violência doméstica e pediu ajuda.
O homem teria se aproximado deles, sendo afastado pelos mesmos policiais. E, em seguida, fugiu.
Lúcia foi levada pelos policiais penais à 26ª DP e denunciou o marido por injúria, ameaça, violência doméstica e cárcere privado.
Em nota, a Administração Regional de Água Quente emitiu posicionamento sobre o caso. O órgão destacou que “o inaceitável episódio […] revela que a violência contra a mulher tem se alastrado de forma inaceitável, exigindo da sociedade uma consciência coletiva de respeito na construção de valores que reconheçam o espaço dignamente ocupado pelo segmento feminino como o caminho para uma sociedade mais justa, fraterna e solidária”.
“Nossa solidariedade a todas as mulheres, vítimas de qualquer modalidade de violência, pois são elas que constroem as mudanças de que o mundo precisa”, concluiu o texto.