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Homem com síndrome de Down vai abrir empresa só com deficientes no DF

“Quero ter minha cafeteria em Paris”, conta Miquéias. Com ideia de empresa com deficientes, ele foi destaque em premiação de empreenderismo

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Imagem colorida de homem com Síndrome de Down que pretende abrir cafeteria
1 de 1 Imagem colorida de homem com Síndrome de Down que pretende abrir cafeteria - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

“Quero ter minha cafeteria em Paris, em todo lugar do mundo”, contou Miquéias Meneses dos Santos, de 37 anos. O homem tem  síndrome de Down e deseja abrir a “Bolos do Miquéias” com uma equipe toda formada por pessoas com deficiência física, intelectual, visual ou auditiva.

Ele vive com a família no Jardim Mangueiral, mas seus bolos e doces querem ganhar todo o Distrito Federal. Miquéias foi um dos destaques na Cocreation Lab DF, que premia projetos de empreendedorismo desenvolvidos na capital federal, com a cafeteria “exclusiva e inclusiva”.

Ela será exclusiva porque não vemos pessoas com deficiência à frente de projetos como esse. Já o “inclusiva” é porque será uma oportunidade de inserir pessoas como eu no mercado de trabalho e na sociedade”, explica Miqueias.

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Ele vive com a família no Jardim Mangueiral, mas seus bolos e doces querem ganhar todo o Distrito Federal
Miquéias foi um dos destaques na Cocreation Lab DF, que premia projetos de empreendedorismo desenvolvidos na capital federal, com a cafeteria “exclusiva e inclusiva”.
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O homem tem  síndrome de Down e deseja abrir a "Bolos do Miquéias" com uma equipe toda formada por pessoas com deficiência física, intelectual, visual ou auditiva

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"Quero ter minha cafeteria em Paris, em todo lugar do mundo", contou Miquéias Meneses dos Santos, de 37 anos

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De acordo com Elaine Meneses, irmã do homem, pessoas com deficiência sempre tiveram dificuldades grandes para entrar no mercado de trabalho

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Bolos para todo mundo

De acordo com Elaine Meneses, irmã do homem, pessoas com deficiência sempre tiveram dificuldades grandes para entrar no mercado de trabalho. “A gente sempre teve essa dificuldade. Pensamos em abrir o negócio para ele vender os bolos junto com outras pessoas síndrome de Down ou outra deficiência. Miquéias também daria cursos profissionalizantes pra eles também terem uma profissão”, comenta.

Segundo o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), entre as mais de 600 participantes do estudo, a maioria das pessoas com síndrome de Down não possuem idade para trabalhar (65,42%). Para os indivíduos com a idade mínima, 27,31% nunca trabalharam e 3,52% não trabalham e nem procuram emprego.

O desejo de abrir o próprio negócio começou a tomar forma depois de passar por dois transplantes renais, que salvaram a vida do empreendedor. “Então, se ele passou pela morte e sobreviveu quando todo mundo dizia que não ia conseguir, Miquéias pode qualquer coisa. Ele tem muita força de vontade e seguiu. Daí, a gente começou a realizar alguns sonhos que o Miquéias sempre teve vontade”, relata Elaine.

Ele já se mostrava um apaixonado pela cozinha, fez cursos de produção de ovos de páscoa, panificação e confeitaria. Com o apoio da família, começou a produção caseira de bolos e as primeiras vendas foram para os amigos, vizinhos e para a equipe médica que faz o seu acompanhamento.

O desafio agora é encontrar formas de captar recursos para o projeto e transformar o sonho em realidade. Por isso, a família pensa em ideias para viabilizar o negócio. Uma das alternativas é a criação de vaquinha virtual.

A rotina de um emprendedor

A síndrome de Down é uma alteração genética que ocorre durante o desenvolvimento do feto. Miquéias vence o preconceito da sua codição e vive uma rotina agitada, típica de um empresário de sucesso. Ainda que a empresa não tenha saído do papel, ele se prepara diariamente para que tudo dê certo no futuro e vai divulgando o seu trabalho entre conhecidos e familiares.

Acorda cedo, toma um bom café-da-manhã, normalmente com um pedaço de bolo que ele mesmo fez, e vai para a escola ter aulas de alfabetização. Miquéias Meneses recebe tratamento mensal no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para verificar a condição de saúde.

Ele não para nem quando tem um tempo livre. Gosta de sair para o Pontão, no Lago Sul, para ver a vista e conversar com as pessoas que estão por lá, que podem virar futuros clientes da cafeteria “Bolos do Miquéias”.

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