Homem cansa de esperar e compra material próprio para cirurgia
Vaquinha entre familiares e amigos para compra de parafusos arrecadou R$ 6 mil; cirurgia estava marcada para essa 5ª
atualizado
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Aguardando há 13 dias por uma cirurgia para recolocar de volta ao lugar o osso do rádio, localizado no antebraço, o auxiliar administrativo Gabriel Martins, 33 anos, precisou mobilizar familiares e amigos para conseguir os parafusos necessários no procedimento.
Internado no Hospital de Base, o informaram que não havia previsão nem de compra do material.
O homem sofreu o acidente no último dia 16 enquanto jogava futebol. Com o braço lesionado, Gabriel deu entrada na unidade hospitalar no mesmo dia. “Marcaram a cirurgia para o dia 21. Fui para a sala, me deram anestesia, mas não fizeram o procedimento pois não tinha material. Só viram isso depois”, reclama.
Com nova data estipulada para segunda-feira (25/10), a operação novamente não aconteceu. “Desta vez me disseram que não havia parafusos em estoque e nem previsão de compra. Foi aí que minha família resolveu fazer uma mobilização”, explica.
A madrinha e a esposa de Gabriel organizaram uma vaquinha e contataram amigos e familiares. Arrecadaram cerca de R$ 6 mil e a família comprou os três pinos necessários para a realização da cirurgia.
“Cada um custou R$ 2 mil. Graças a Deus conseguimos, pois cada dia que passa aumenta a possibilidade de eu ter sequelas, como não conseguir fazer diversos movimentos com o braço”, detalha.
O auxiliar administrativo ressaltou também os dias sem trabalhar e o prejuízo causado, já que além do tempo de espera, ainda teve de levar em consideração a recuperação. “Estou sem trabalhar, peguei o atestado e provavelmente vou ter que dar entrada no INSS. Isso tudo tem me atrapalhado muito”, lamenta.
Com a aquisição dos parafusos, o Hospital de Base realizou o procedimento nesta quinta-feira (28/10). Segundo Gabriel foi a primeira do dia, o que para ele confirmou que a demora era a falta de material.
Grato, o homem agradeceu a vaquinha e destacou que sem ela seria difícil realizar o procedimento. “Se eu não tivesse ganhado as doações para comprar, só Deus sabe quando ia fazer”, finaliza.
O que diz o Hospital de Base
Procurado na terça-feira (26/10), o Instituto de Gestão Estratégica do DF (Iges-DF) não respondeu aos questionamentos do Metrópoles até a publicação da matéria. O espaço continua aberto. Caso a instituição queira se manifestar a reportagem será atualizada com a nota.