HIV: rede privada disponibilizará PrEP a pacientes a partir de setembro
Medicamento é indicado para pessoas que tenham maior risco de entrar em contato com o vírus causador da Aids
atualizado
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A Secretaria de Saúde disponibiliza, a partir do dia 1º de setembro, a dispensação de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) prescrita pela rede privada. Recentemente, o Distrito Federal foi eleito pelo Ministério da Saúde como uma das unidades federativas piloto do Projeto “PrEP na Saúde Suplementar”.
Seguindo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, os médicos de consultórios particulares poderão prescrever o medicamento e as pessoas poderão retirá-lo nas Unidades Dispensadoras de Medicamentos de antirretrovirais (UDM).
“Com essa disponibilidade para o setor privado, a oferta da PrEP irá aumentar, beneficiando mais pessoas. É um avanço importante para as estratégias de prevenção ao HIV. No Distrito Federal, o atendimento e a dispensação para PrEP no SUS estão disponíveis no Hospital Dia, no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e a partir de 1º/9 na Policlínica de Taguatinga. A dispensação dos medicamentos da PrEP prescritos por médicos da rede privada estará disponível nas UDM da Policlínicas de Taguatinga, do Lago Sul, de Ceilândia e na Farmácia Escola do HUB, a partir de 1º de setembro”, explica a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz.
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Essa estratégia mostrou-se eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção.
A PrEP faz parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção combinada, inserem-se também: testagem para o HIV; Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); uso regular de preservativos; diagnóstico oportuno e tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (IST); redução de danos; gerenciamento de vulnerabilidades; supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; imunizações.
“No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é concentrada em alguns segmentos populacionais que respondem pela maioria de casos novos da infecção, como gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e profissionais do sexo. Além disso, destaca-se o crescimento da infecção pelo HIV em adolescentes e jovens”, explica a gerente.
De acordo com Beatriz, além de apresentarem maior risco de adquirir o HIV, essas pessoas frequentemente estão sujeitas a situações de discriminação, sendo alvo de estigma e preconceito, o que aumenta, assim, sua vulnerabilidade ao HIV/Aids.
“Para esses casos, a PrEP insere-se como uma estratégia adicional de prevenção disponível no SUS, com o objetivo de reduzir a transmissão do HIV e contribuir para o alcance das metas relacionadas ao fim da epidemia”, afirma.
Fluxo
Para a prescrição da PrEP, o profissional será cadastrado no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais (Siclom) pelo farmacêutico da Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM), portanto o nome e CRM deverão estar legíveis. Cabe ao profissional prescritor acompanhar com o usuário o aprazamento das consultas de seguimento de forma a garantir a continuidade do cuidado, da oferta dos medicamentos e do cumprimento da regularidade da testagem para HIV.
O usuário deverá comparecer a uma das UDM e entregar os documentos. Além disso, cumprir o prazo de até sete dias após a realização do teste rápido para HIV ou anti HIV laboratorial (com resultado não reagente) para retirar a PrEP na UDM (preferencialmente o mais breve possível).
Caso o usuário perca o prazo acima, ele deverá realizar novo teste e apresentá-lo ao médico prescritor para preenchimento de novo formulário. O usuário também deve atentar-se para não perder os prazos das consultas de seguimento de forma a garantir a continuidade da PrEP sem interrupção por falta de medicamentos. Depois, basta retirar os medicamentos preferencialmente na UDM onde foi inicialmente cadastrado.
A PrEP não é para todas as pessoas. Ela é indicada para aquelas que têm maior risco de entrar em contato com o HIV. (Com informações da Agência Saúde)