Grupo Nós que Amamos Brasília faz protesto pela desapropriação do Touring
O encontro reuniu pessoas ligadas à cultura e à história da cidade. Entre elas, Nicolas Behr e a prefeita do Conic, Flávia Portela
atualizado
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Cerca de 20 pessoas se reuniram, no início da tarde desta quarta-feira (28/10), em frente ao edifício Touring para pedirem a desapropriação do espaço. O movimento foi organizado nas redes sociais pelo grupo “Nós que Amamos Brasília” e uniu pessoas ligadas à cultura e à história da cidade. Entre os presentes, estavam o poeta Nicolas Behr e a prefeita do Conic, Flávia Portela.
O prédio foi projetado por Oscar Niemeyer e idealizado por Lucio Costa. Seria um pavilhão de cultura, segundo o Relatório do Plano Piloto. No entanto, não foi o que aconteceu. Já foi posto de gasolina, centro de comércio ambulante e unidade de atendimento de secretarias do Governo do Distrito Federal.Chegou a ser abandonado e, depois, passou por reforma para abrigar um terminal de ônibus – extensão da Rodoviária do Plano Piloto – e atender passageiros do Entorno. Nos últimos dias, o projeto foi alterado para receber uma igreja.
Leiliane Rebouças, integrante do grupo Urbanistas por Brasília, ouviu em um programa evangélico, na quinta-feira (22/10) que o Touring abrigaria um templo religioso. Indignada com a notícia, fez um comentário no Facebook e diversas pessoas começaram a se mobilizar. “Estamos aqui hoje para abrir os olhos das autoridades. Eles precisam ter mais responsabilidade com o patrimônio público da capital do país”, comenta.
“O edifício é um espaço nobre e possui uma ótima localização. Milhares de pessoas passam por aqui. O local precisa ser destinado à cultura. Além de protestar, temos que dar outros passos. É importantíssimo conversarmos com o governador Rodrigo Rollemberg e o secretário de Cultura, Guilherme Reis”, esclarece Behr.
Na terça-feira (27/10), a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) vistoriou o prédio e comprovou que a obra não possuía autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nem da Secretaria da Gestão do Território e Habitação (Segeth). O órgão embargou a reforma até que sejam apresentados o alvará de construção e a licença de funcionamento. Ainda nesse dia, o Iphan já havia informado que as obras no Touring seriam embargadas.