Grupo fará evento antirracismo em homenagem a jovem humilhado no DF
Amigos e familiares de Matheus Antunes Silva organizam evento para este sábado (7/5). Jovem foi alvo de injúria racial no último dia 24
atualizado
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Amigos e familiares do aluno de odontologia Matheus Antunes Silva (foto em destaque), 26 anos, alvo de injúria racial no último dia 24, organizam um evento para este sábado (7/5) com objetivo de manifestar apoio ao estudante. Eles farão um novo campeonato de futevôlei, com camisas que terão mensagem contra o racismo.
Segundo Renato Moisés, 31, professor de educação física e um dos organizadores do evento, os jogos vão das 8h30 até por volta de 12h, em uma arena na Ponte Alta do Gama, na Avenida Buritis.
“Naquele final de semana já tinha acabado o torneio quando a menina teve a infelicidade de cometer esse crime e postar na rede social. Agora, resolvemos fazer outro evento, dessa vez com camisas com mensagem antirracismo”, disse.
Serão 24 duplas que participarão do campeonato. Cada uma levará uma cesta básica. “Entregaremos para o conselheiro tutelar da cidade, que vai encaminhar para famílias que ele acompanha de perto e sabe que estão precisando”, afirmou Renato.
“Tivemos o apoio do comércio da cidade, como patrocinadores, para fazermos as camisas e brindes para os participantes. Conseguimos também uma clínica que dará todo o suporte para o tratamento psicológico dele, caso opte”, completou.
Entenda o caso
A injúria aconteceu após um campeonato de futevôlei no Gama, em 24 de abril. Em vídeo publicado na rede social de uma jovem dispara contra Matheus: “É preto e ainda fica tirando os outros de tempo”. “Não passa um desodorante”, completa a segunda.
O ataque foi publicado na ferramenta “close friends”, do Instagram, onde permite apenas que usuários escolhidos possam visualizar a publicação. No entanto, acabou vazando na internet. “Eu não percebi nada no momento. Só vi depois, quando estava circulando na internet”, conta Matheus.
Assista:
“Graças a Deus, eu tive uma educação muito boa. Minha mãe sempre me preparou para quando acontecesse isso, que eu precisava ser forte. Mas não vou dizer que estou bem, porque não estou. Eu fui humilhado na internet”, lamenta o jovem.
“Está difícil continuar nas outras áreas da minha vida. Estou muito triste e abalado; foi um trauma. Estou procurando me fortalecer em Deus, e que a Justiça possa me ajudar”, destaca Matheus.
O caso é tratado com o advogado da vítima e ainda não foi apresentado à polícia. “Esse evento totalmente desprovido de boa-fé deixou o Matheus muito abalado. Assemelha-se a terrorismo. Ele teve crise de pânico”, revela o defensor Elias Soares da Costa. “Já foi atendido por um psicólogo para tentar amenizar um pouco os danos.”
Ainda nesta semana, uma ocorrência deve ser registrada. “Vamos processar essas pessoas que cometeram esse crime”, finaliza Elias.
O Metrópoles tentou entrar em contato com as envolvidas, mas as redes sociais delas haviam sido apagadas. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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