Grupo coloca nome de Marielle sobre Costa e Silva em ponte do DF
Ação marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho
atualizado
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Na madrugada desta quinta-feira (25/07/2019), a placa da Ponte Costa e Silva foi alvo de mais uma mudança. Um adesivo, colado pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, carrega o nome de Marielle Franco, vereadora morta a tiros em março do ano passado, no Rio de Janeiro.
O grupo mostrou a ação nas redes sociais. O texto ressalta o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. O marco surgiu em 1992, no primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, uma rede de mulheres que até hoje promove e discute formas de combate ao racismo e ao machismo. No mesmo ano, a data foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), para dar visibilidade à luta.
No dia 25 é comemorado também, desde 2014, o Dia Nacional de Tereza de Benguela, uma líder quilombola do século 18 que ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão no Brasil.
Na publicação há questionamentos sobre a morte de Marielle: “Mulher negra, lésbica, periférica e política eleita, foi brutalmente assassinada e, há exatos 498 dias, o Brasil e o mundo inteiro ainda não têm respostas sobre quem mandou matá-la”. (Veja a postagem abaixo)
Em março deste ano, o grupo fez uma alteração também do nome da ponte para Marielle Franco, quando a morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes completou um ano. “É inadmissível que nossos monumentos públicos, ruas, praças e pontes ainda levem o nome de presidentes que restringiram nossa liberdade de expressão, cassaram direitos do povo, torturaram e assassinaram opositores, inclusive mulheres que jamais fugiram da luta”, disseram os movimentos, em nota à imprensa.
Mudança
A ponte já teve seu nome mudado, em 2015, para Honestino Guimarães, com a sanção de uma lei proposta pelo deputado distrital Ricardo Vale (PT). Honestino foi um líder estudantil morto em razão de atos de violência no início da década de 1970, durante o governo militar.
Porém, a alteração do nome da ponte foi considerada inconstitucional pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), em 6 de novembro de 2018, voltando a se chamar Costa e Silva. A determinação para a volta do nome original é resposta a uma ação civil pública movida pela deputada federal eleita Bia Kicis (PRP) e Cláudia Castro.