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“Gritos dela ainda estão nos meus ouvidos”, diz vizinha sobre feminicídio no DF

Moradores da rua onde Maria Jaqueline de Souza foi brutalmente morta, aos 34 anos, estão chocados com o crime e contam o que viram e ouviram

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Casa onde mulher foi morta a facadas no DF
1 de 1 Casa onde mulher foi morta a facadas no DF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Na rua onde ocorreu, nesta sexta-feira (11/12), o feminicídio de Maria Jaqueline de Souza, 34 anos, no Sol Nascente, o clima é de medo e apreensão. Poucas horas depois de a mulher ser morta com dezenas de facadas desferidas pelo namorado, vizinhos ainda não acreditavam que um crime tão bárbaro tenha acontecido a poucos metros da casa deles. “Os gritos dela ainda estão nos meus ouvidos”, disse uma das moradoras da rua, que pediu para não ser identificada.

O Metrópoles esteve no local e conversou com alguns moradores.  Na frente da casa onde o crime aconteceu, placas de metal se acumulam, mas o proprietário, sem ao menos abrir o portão, se recusou a falar com a reportagem. Já uma vizinha, também pediu anonimato, se disse horrorizada com o episódio. “Ouvi muitas pancadas, alguns gritos de socorro e então parou”, relembra.

6 imagens
Ricardo Silva Souza dizia frases desconexas enquanto matava a mulher
Homem desferiu dezenas de facadas na vítima
Eles tinham iniciado um relacionamento recentemente
Padastro é suspeito de violência sexual contra criança de 7 anos em Goiás
Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral
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Maria Jaqueline tinha 34 anos

Material Cedido ao Metrópoles
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Ricardo Silva Souza dizia frases desconexas enquanto matava a mulher

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Homem desferiu dezenas de facadas na vítima

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Eles tinham iniciado um relacionamento recentemente

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Padastro é suspeito de violência sexual contra criança de 7 anos em Goiás

Yanka Romão/Arte
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Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral

Arte/Metrópoles

O crime aconteceu na casa de Ricardo Silva Souza, 35 anos. Ele e Maria Jaqueline estavam namorando havia pouco tempo. Esta foi a primeira vez que alguns moradores da região viram a moça por lá.

Os pedidos de socorro começaram ainda na madrugada, por volta das 2h da manhã. Um morador da região ouviu os gritos da mulher e foi até o local. Tentou entrar na casa, mas não conseguiu. Então, chamou a Polícia Militar. Por uma janela, nos fundos da casa, ele viu uma cena que o deixou impressionado.

Sentado sobre o corpo de Maria Jaqueline, Ricardo dizia frases desconexas, todas ligadas à religião. “Jesus. Filho de Deus. Filho de Deus. Só o Senhor Jeová. Só o Senhor Jeová”, gritava o homem, esbaforido, enquanto matava a namorada. A cena foi filmada.

“Nenhuma mulher deveria passar por isso. Ainda me sinto horrível por não pudermos fazer nada para ajudar”, lamenta uma moradora do local, ainda em choque com o crime.

O crime

Nas imagens, as quais o Metrópoles teve acesso, é possível ver claramente o homem esfaqueando a mulher, repetidamente.

Com uma grande quantidade de sangue nas mãos, o acusado gritava “Filho de Deus! Filho de Deus!”, enquanto cravava a lâmina no corpo da vítima insistentemente. O vídeo não será publicado, em respeito aos leitores e aos familiares de Maria Jaqueline.
O crime aconteceu na Chácara 151 do Trecho 1, no Sol Nascente. No local, foram encontradas substâncias identificadas até o momento como cocaína. Policiais militares que atenderam à ocorrência disseram que Ricardo aparentava estar em surto psicótico e sob efeito do entorpecente.

A delegada chefe da Deam II, Adriana Romana, contou detalhes do brutal feminicídio. “Apesar do relacionamento deles, ao que tudo indica, ser breve, o crime se enquadra como feminicídio”, explica a delegada. Às autoridades, vizinhos contaram que foi a primeira vez que viram a vítima no local. Maria Jaqueline deixa quatro filhos, dois deles de um relacionamento anterior, finalizado há cerca de um ano.

Veja o vídeo da delegada Adriana Romana:

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